Peugeot: montadora francesa deve ser parte da quarta maior do mundo após fusão com a Fiat (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 17h18.
Última atualização em 17 de dezembro de 2019 às 19h37.
Milão — Os conselhos de administração do grupo automotivo francês PSA, controlador da Peugeot, e da Fiat Chrysler aprovaram um acordo vinculante para uma fusão de 50 bilhões de dólares, afirmaram fontes a par do assunto nesta terça-feira.
As montadoras anunciaram planos há semanas para uma parceria para criar a quarta maior montadora do mundo e remodelar a indústria global. Uma fusão pode ajudá-los a lidar com os grandes desafios do setor, incluindo a desaceleração global da demanda e a necessidade de desenvolver carros mais caros e limpos para atender às iminentes regras antipoluição.
Ambas as empresas se recusaram a comentar.
Uma fonte próxima à FCA havia dito antes que as empresas poderiam anunciar formalmente o acordo na quarta-feira, seguida de teleconferência para explicar mais detalhes no final do dia.
A Dongfeng Motor, da China, que agora tem uma fatia de 12,2% na PSA, terá uma participação reduzida de cerca de 4,5% no grupo resultante da fusão, disseram duas fontes, o que pode ajudar a facilitar a aprovação regulatória.
De acordo com o acordo aprovado pelo conselho da PSA na terça-feira, a unidade de robôs da FCA, Comau, permanecerá dentro do grupo combinado, em vez de ser desmembrada, como foi planejado originalmente em outubro, disseram as fontes.
O novo grupo avaliará como extrair valor da Comau.
Antes das reuniões, entidades representando a família Peugeot, Etablissements Peugeot Freres (EPF) e FFP, aprovaram por unanimidade um memorando de entendimento proposto para a fusão planejada, disse uma fonte familiar com a situação.
A FCA e a PSA devem finalizar um acordo até o final de 2020 para criar um grupo com 8,7 milhões de vendas anuais de veículos, disse uma fonte.
Isso colocaria o grupo no quarto lugar geral, atrás de Volkswagen, Toyota e da aliança Renault-Nissan. Há apenas seis meses, a FCA abandonou as negociações de fusão com a rival francesa da PSA, a Renault.
A FCA teria acesso às plataformas de veículos mais modernas da PSA, ajudando-a a cumprir regras rígidas de novas emissões, enquanto a PSA focada na Europa se beneficiaria dos negócios lucrativos da FCA nos EUA, apresentando marcas como Ram e Jeep.
Mas o acordo ainda pode enfrentar um escrutínio regulatório, enquanto governos em Roma, Paris e sindicatos provavelmente desconfiam de possíveis perdas de emprego de uma força de trabalho combinada de cerca de 400 mil pessoas.
Carlos Tavares, da PSA, será o executivo-chefe e John Elkann, da FCA - descendente da família Agnelli da Itália, que controla a FCA por meio de sua holding Exor - presidente do conselho da companhia combinada.
O grupo incluirá as marcas Fiat, Jeep, Dodge, Ram, Chrysler, Alfa Romeo, Maserati, Peugeot, DS, Opel e Vauxhall, permitindo atender mercados de massa e carros premium, bem como para caminhões e veículos comerciais l