Conheça os bastidores da fabricação dos pneus Pirelli
EXAME.com visitou a fábrica da Pirelli em Campinas para acompanhar o processo de produção dos pneus do início ao fim
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 10h57.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h07.
São Paulo – Com borracha? Se você acha que um pneu não passa disso, não poderia estar mais enganado. Cada tipo de pneu tem pelo menos 10 compostos diferentes e a fabricação envolve tempo e maquinário pesado. EXAME.com visitou a fábrica da Pirelli em Campinas, que produz até 34 mil pneus por dia, e acompanhou o processo do início ao fim. Veja, a seguir, as principais etapas:
Sim, a borracha é muito importante, mas não é o único componente de um pneu. Esta é uma amostra de borracha natural, retirada das seringueiras principalmente da Indonésia e do interior de São Paulo.
Todo pneu tem uma parcela de borracha natural e outra de borracha sintética, derivada do petróleo, como esta. A quantidade de uma e de outra depende do tamanho e da performance de cada pneu. Pneus de carros maiores e caminhões, por exemplo, precisam de mais borracha natural do que sintética.
Os compostos são separados nas quantidades corretas para cada tipo de pneu e levados para o misturador, onde terá início a fabricação da borracha que vemos no pneu.
Além das borrachas natural e sintética, entre os compostos também estão enxofre e negro de fumo, um subproduto do petróleo que aos poucos está sendo substituído pela sílica, que é renovável e menos poluente. Na Pirelli, a sílica utilizada vem da cinza da casca do arroz e, até 2015, a meta é que 40% dos pneus sejam feitos com esse material.
Dentro do bambury (ou misturador), os compostos são misturados em altas pressão e temperatura até formarem uma massa preta, que sai da máquina na forma dessas grandes mantas de borracha.
As mantas de borracha saem desta maneira do misturador, mas ainda não estão prontas. Cada manta deve voltar ao bambury mais uma ou duas vezes, a depender das especificações, para a adição de novos componentes, até que fique com a composição exata.
Após passarem pelas etapas de mistura, as mantas são cortadas em tiras, para poderem passar para as próximas máquinas.
Nesse estágio, as mantas, agora mais finas, são chamadas de trafilas. Elas passam por esta máquina para serem esticadas e, depois, unidas com mais duas outras camadas do mesmo material.
Cada uma das três trafilas entra nesta outra máquina. O atrito entre elas e as esteiras causa um aumento de temperatura que será necessário para que elas se fundam.
As três camadas são unidas através da própria pressão que as três fazem sobre uma pequena abertura. Como a borracha ainda está em seu estado plástico e quente, ela molda-se ao formato e à finura daquele espaço.
A borracha agora está pronta e será preparada para ser embalada em grandes bobinas. Ela ficará armazenada até que seja necessária em outra parte do processo.
Depois de pronta, uma amostra da borracha é retirada de cada lote para serem feitos os testes de qualidade.
Os testes incluem análise da composição do material, elasticidade e outras propriedades físicas a borracha.
A borracha é só uma das camadas do pneu. Uma outra, muito importante, é feita à base de um tecido de poliéster, como o da foto, que será emborrachado.
A outra camada é feita a partir de fios de aço, como os da foto. Deles são feitos mantas de aço, que também serão emborrachadas.
Cada um desses finos cabos na verdade é composto por 12 fios de aço torcido, que farão parte mais tarde da manta metálica.
Depois de feita a manta de aço, ela é emborrachada da mesma maneira que o poliéster e torna-se mais uma camada do pneu.
As mantas de aço são extremamente resistentes. Por isso, uma máquina fica responsável por fazer os cortes e as emendas necessárias.
Depois que as camadas são unidas está pronto o chamado pneu de primeira fase, que será reforçado e modelado até atingir a forma conhecida.
O pneu é colocado em uma máquina para receber os reforços em borracha necessários.
O pneu é ajustado pela máquina para garantir que ele saia com as dimensões exatas.
Depois, uma injeção de ar comprimido faz com que a parte do meio do pneu, que é mais flexível, infle para receber a camada extra de borracha.
A nova camada é colocada por meio de um robô, que também fará os ajustes necessários nela.
O pneu é então retirado da máquina e está pronto para a vulcanização.
Este é um pneu antes da vulcanização. Nesse estágio, ele ainda está em seu estado plástico, isto é, ainda é maleável e pouco resistente. Após a vulcanização, a borracha entrará em seu estado elástico, atingindo a consistência e as propriedades do pneu que conhecemos.
Os pneus são transportados por meio desses trilhos até a área de vulcanização, onde grandes fornos irão transformar o pneu.
Os pneus são colocados nessas caldeiras, onde recebem uma grande quantidade de ar quente comprimido, para inflarem.
Depois, são deixados dentro dessas caldeiras por cerca de 10 minutos em altíssimas temperatura e pressão. Nesse meio tempo, a borracha é prensada contra o metal, que dá as ranhuras (ou desenhos) do pneu.
Saído das caldeiras, o pneu está pronto para a sessão de testes de qualidade.
O primeiro teste de qualidade é feito por funcionários especializados, que procuram por pequenas imperfeições, seja a olho nu, seja no toque.
O segundo teste é feito por máquinas e verifica a performance do pneu em uma simulação de atrito em pista. Se passar, o pneu está pronto para ir para as lojas.
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