Companhias aéreas da Europa à China cortam capacidade
Os números da OAG mostram um quadro angustiante do setor aéreo já em colapso
Marina Filippe
Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 11h02.
Companhias aéreas globais têm reduzido ainda mais voos no ano novo, já que a pior crise enfrentada pelo setor não dá sinais de melhora.
A Europa continua a ser a região mais afetada por restrições de viagens, e as aéreas operam com capacidade equivalente a cerca de 25% do nível antes do início da pandemia de Covid-19, segundo John Grant, analista da empresas de dados de aviação OAG. Até mesmo a China , que passou a última parte do ano passado com capacidade perto do normal, registrou redução de 12% nos voos desde 18 de janeiro, disse.
“Não parece bom e, no mínimo, está retrocedendo”, disse Grant em webinar na quarta-feira. “Só precisamos aceitar estoicamente que, se quisermos viajar para o exterior, precisamos obter algum tipo de certificação.”
Os números da OAG mostram um quadro angustiante de um setor já em colapso após o fechamento de fronteiras e outras restrições de viagens que fizeram com que as reservas despencassem no ano passado. As esperanças de recuperação no verão europeu estão ameaçadas com a disparada de casos e a novas cepas do coronavírus mais contagiosas em vários países.
A capacidade das aéreas em Cingapura caiu 88%, no Reino Unido encolheu 87% e, na Alemanha, a queda foi de 84%, segundo dados da OAG. A Ryanair, a maior aérea de baixo custo da Europa, cortou cerca de 92% dos voos, disse Grant. A Jet2, uma companhia aérea britânica, praticamente parou de voar, afirmou.
A chegada das vacinas oferece alguma esperança para o setor de aviação, embora as campanhas de vacinação levem tempo e devam ser vistas apenas como uma das soluções para retomar o turismo, segundo o analista. Uma recuperação completa pode levar outros quatro anos, disse Grant.