Negócios

Como esse negócio de SC quer faturar R$ 100 milhões cuidando das “nuvens” das empresas

Empresa decidiu focar em "cloud", em que o servidor por trás da tecnologia não é mais físico, mas online

Doulgas Zanatta, CEO da Movti: empresário identificou aumento por demanda por serviços "in cloud" e pivotou seu modelo de negócio (Movti/Divulgação)

Doulgas Zanatta, CEO da Movti: empresário identificou aumento por demanda por serviços "in cloud" e pivotou seu modelo de negócio (Movti/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de outubro de 2023 às 16h02.

Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 09h43.

Se você falasse para uma liderança empreendedora no início dos anos 2000 que o futuro do seu negócio estaria nas nuvens, provavelmente ela não entenderia - ou então iria pensar que estivesse falando sobre o clima ou uma previsão do tempo maluca. A realidade nos dias atuais já é bem diferente, e provavelmente o empresário entenderia que o termo “nas nuvens” faz referência à tecnologia “cloud”,  em que o armazenamento e processamento de dados acontece online, sem a necessidade de servidores físicos.

Essa tecnologia começou a ganhar escala a partir de 2006, quando a Amazon lançou um “servidor online” para empresas, o hoje conhecido AWS. Dois anos depois, foi a vez do Google abrir seu Google Cloud. Mas foi na década seguinte que a tecnologia ganhou caldo. Nos últimos anos, houve uma proliferação de aplicativos e armazenamento em nuvem, e muitas empresas migraram seus sistemas de tecnologia de data centers físicos para as nuvens. 

A catarinense Movti, de Palhoça, identificou esse movimento. Criada em 2015 para ajudar negócios na implantação de Google Workspace (a área do Google para empresas, com e-mails corporativos e aplicativos como Docs e Planilhas), a Movti resolveu focar em “nuvens” em 2020. À época, com a pandemia, muitas empresas, do varejo à indústria, aceleraram a transformação digital e focaram em infraestrutura tecnológica, indo para as “nuvens”. 

Na prática, a empresa instala para outras companhias as soluções de plataformas como o Google Cloud e AWS, e faz toda manutenção e segurança de um servidor nas nuvens.

“Antigamente, para uma empresa montar um aplicativo, por exemplo, tinha um custo de manutenção muito elevado”, afirma Douglas Zanatta, CEO da Movti. “Era preciso montar recursos computacionais, construir um data center, ter redes de segurança e profissionais altamente caros. Hoje, pode abater parte desses custos de manutenção migrando para o serviço de nuvem”. 

Na nuvem, a empresa contrata o servidor - e toda mão-de-obra embutida - de uma empresa terceira, como é o caso da AWS e do Google Cloud. Ou seja, os cabos que seguram um site, aplicativo ou sistema interno em pé ficam sob responsabilidade dessas gigantes de tecnologia. E para ajudar na implantação e garantia de uso, há empresas intermediárias que fazem a instalação desses sistemas. É o caso da Movti. 

Para 2023, a empresa mira faturar 40 milhões de reais, um crescimento nas receitas de 46% em relação a 2022. O negócio, na verdade, vem crescendo ano após ano de forma exponencial desde que focaram na transformação de negócios em “nuvem”. Em 2021, por exemplo, a Movti tinha gerado uma receita de 16,1 milhões de reais. 

Mas a maior meta está mesmo para daqui dois anos. A empresa quer chegar a 2025 faturando 100 milhões de reais com administração de nuvens. 

Como a Movti nasceu

Zanatta, CEO da Movti, é do interior de São Paulo. Formado em administração e contabilidade, se mudou para Santa Catarina para trabalhar na operação local da TOTVS, uma das principais consultorias globais de software. Por lá, ficou por oito anos, até sair para criar a Movti no final de 2015. 

“Desde então, fomos ajudando empresas na jornada do Google Workspace, com toda parte técnica e de implantação”, diz. “Atingimos um nível muito legal dentro do Google rápido, e em 2018 já nos tornamos Premier Partner”. Esse selo é dado pela gigante de tecnologia a empresas que figuram entre as 3% com melhor performance no país nos serviços empresariais do Google, como Google Ads. 

A partir de 2020, decidem pivotar o negócio, ampliando o portfólio de serviços e entrando “nas nuvens”, com o Google Cloud. Com isso, saíram de dois para 30 tipos de serviços diferentes. Também adotaram outros servidores, como AWS e lançaram uma cloud privada. “Atuamos desde aquelas empresas mais tradicionais, que vão primeiro para uma cloud privada, até as que já usam as das bigtechs”. 

Além de ajudar a empresa a “entrar na nuvem”, a Movti também garante que ela fique segura por lá. A segurança é importante porque, se um hacker invade o servidor, pode coletar informações importantes sobre a companhia - ou deixar um e-commerce, por exemplo, fora do ar.

Quais as metas da Movti

Para os próximos anos, a Movti quer se consolidar como uma administradora de nuvens para empresas brasileiras - e com isso, aumentar seu faturamento. A escala nas receitas vem de duas estratégias: novos clientes e novos produtos para digitalização dos negócios.

Veja os planos de faturamento da empresa:

  • Para 2023, a Movti quer faturar 41,5 milhões de reais
  • Para 2025, quer bater o primeiro 100 milhões de reais em faturamento

Para alcançar novos clientes, a Movti conta com representantes que revendem os serviços da catarinense. Também participa de feiras e eventos para alcançar potenciais novos consumidores. Hoje, já conta com 320 empresas no seu portfólio. 

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