Como a Kia, Chery, JAC e Hyundai podem sobreviver ao IPI maior
Imposto maior não será o fim do mundo para as montadoras asiáticas no Brasil – mas elas terão de cortar na carne
Daniela Barbosa
Publicado em 22 de setembro de 2011 às 16h41.
São Paulo – Sim, a vida ficou mais difícil para a Kia, Chery, JAC e até mesmo para a Hyundai, depois do IPI sobre os veículos importados. Afinal, o preço baixo era um dos motivos pelos quais as asiáticas vinham ganhando mercado e assustando as montadoras já estabelecidas. Mas, passado o susto inicial, os especialistas já afirmam que elas ainda podem sobreviver no Brasil.
É impossível evitar que parte do aumento de imposto seja repassada para os consumidores, avalia o mercado. E, justamente por isso, a principal saída para as asiáticas será absorver parte do impacto. Ou seja, cortar margens para não espantar a clientela.
“A maioria das asiáticas tem condições de diminuir seus ganhos e continuar com preços competitivos”, afirma Roberto Barros, consultor especializado no setor automotivo. “A chinesa JAC, por exemplo, tem lucros altíssimos e, dentre as asiáticas, é a que menos sofrerá com a alta do IPI”, diz.
O modelo J3, da JAC, vendido por 37.900 reais, deve, de acordo com Barros, passar a custar 41.000 reais. O valor ainda será menor que o cobrado por seus principais concorrentes, que chegam a custar, com todos os opcionais que o J3 oferece de série, mais de 45.000 reais.
Manter o foco
A alternativa mais viável para essas montadoras sobreviverem é se concentrar nos modelos mais aceitos pelos consumidores e tentar elevar o mínimo possível seus preços. “Se o QQ, da Chery, custar mais de 25.000 reais, o melhor é que ele não seja mais vendido por aqui”, diz. “Já se a Hyundai elevar em 28% o preço do I-30, pode também desistir de vendê-lo no país. O mesmo acontece com o Picanto, da Kia”, afirmou Barros.
Algo que pode ajudar as asiáticas é a expectativa de que as montadoras “nacionais” também devem aumentar o preço de seus carros. É sabido que, como estratégia para driblar as asiáticas, companhias como Fiat, Ford e GM vêm fazendo promoções e vendendo veículos até 5.000 reais mais baratos para não perder tanto mercado.
“A verdade é que quem vai mais perder com toda essa história é o consumidor, pois os preços devem subir como um todo. E acho ainda que as asiáticas têm diferenciais, como carros mais completos e garantias maiores, que as tornam mais atrativas que as demais”, diz o especialista.
Há mais de um mês, a alta do IPI sobre veículos importados vem sendo discutida pelo governo brasileiro, que, pressionado pelas gigantes do setor, cedeu aos apelos. Como compromisso, montadoras como Ford, GM, Fiat e Volks, se comprometeram a não reajustar os preços nos próximos meses.
Mas é certo que as promoções vão acabar – ou, pelo menos, diminuir bastante. A única certeza é que a pista ficou mais escorregadia para as montadoras asiáticas – e é nessas horas que air bags, freios ABS e outros itens fazem a diferença. Dentro e fora da concessionária.
São Paulo – Sim, a vida ficou mais difícil para a Kia, Chery, JAC e até mesmo para a Hyundai, depois do IPI sobre os veículos importados. Afinal, o preço baixo era um dos motivos pelos quais as asiáticas vinham ganhando mercado e assustando as montadoras já estabelecidas. Mas, passado o susto inicial, os especialistas já afirmam que elas ainda podem sobreviver no Brasil.
É impossível evitar que parte do aumento de imposto seja repassada para os consumidores, avalia o mercado. E, justamente por isso, a principal saída para as asiáticas será absorver parte do impacto. Ou seja, cortar margens para não espantar a clientela.
“A maioria das asiáticas tem condições de diminuir seus ganhos e continuar com preços competitivos”, afirma Roberto Barros, consultor especializado no setor automotivo. “A chinesa JAC, por exemplo, tem lucros altíssimos e, dentre as asiáticas, é a que menos sofrerá com a alta do IPI”, diz.
O modelo J3, da JAC, vendido por 37.900 reais, deve, de acordo com Barros, passar a custar 41.000 reais. O valor ainda será menor que o cobrado por seus principais concorrentes, que chegam a custar, com todos os opcionais que o J3 oferece de série, mais de 45.000 reais.
Manter o foco
A alternativa mais viável para essas montadoras sobreviverem é se concentrar nos modelos mais aceitos pelos consumidores e tentar elevar o mínimo possível seus preços. “Se o QQ, da Chery, custar mais de 25.000 reais, o melhor é que ele não seja mais vendido por aqui”, diz. “Já se a Hyundai elevar em 28% o preço do I-30, pode também desistir de vendê-lo no país. O mesmo acontece com o Picanto, da Kia”, afirmou Barros.
Algo que pode ajudar as asiáticas é a expectativa de que as montadoras “nacionais” também devem aumentar o preço de seus carros. É sabido que, como estratégia para driblar as asiáticas, companhias como Fiat, Ford e GM vêm fazendo promoções e vendendo veículos até 5.000 reais mais baratos para não perder tanto mercado.
“A verdade é que quem vai mais perder com toda essa história é o consumidor, pois os preços devem subir como um todo. E acho ainda que as asiáticas têm diferenciais, como carros mais completos e garantias maiores, que as tornam mais atrativas que as demais”, diz o especialista.
Há mais de um mês, a alta do IPI sobre veículos importados vem sendo discutida pelo governo brasileiro, que, pressionado pelas gigantes do setor, cedeu aos apelos. Como compromisso, montadoras como Ford, GM, Fiat e Volks, se comprometeram a não reajustar os preços nos próximos meses.
Mas é certo que as promoções vão acabar – ou, pelo menos, diminuir bastante. A única certeza é que a pista ficou mais escorregadia para as montadoras asiáticas – e é nessas horas que air bags, freios ABS e outros itens fazem a diferença. Dentro e fora da concessionária.