Com Rio Quente e Sauípe, goiana Aviva mira receita de R$ 1 bilhão e fim do ‘efeito pandemia’ em 2023
Dona de dois dos principais complexos turísticos do Brasil quer reverter prejuízos dos últimos anos e planeja investir mais 1 bilhão de reais até 2027
Leo Branco
Publicado em 28 de janeiro de 2023 às 08h02.
Dona do Rio Quente e da Costa do Sauípe, dois dos principais empreendimentos turísticos do Brasil, a goiana Aviva espera um faturamento de 1 bilhão de reais para 2023.
Caso a meta seja batida, a perspectiva por ali é zerar os prejuízos causados pela pandemia já neste ano. De modo geral, o mercado espera uma recuperação completa do baque só a partir de 2025.
Por trás do bom resultado está o modelo de negócios pautado no tripé hospitalidade, entretenimento e clube de férias, em que turistas pagam mensalidades em troca de dias para desfrutar das atrações da Aviva, diz o CEO Alessandro Cunha.
"O tripé fortalece toda a experiência: desde a atração em si com os parques temáticos, ao encantamento nos hotéis, até a fidelização do cliente com o clube de férias ", diz Cunha, à frente do negócio desde novembro de 2021.
"Tudo isso gera um ciclo em que é possível ter uma nova experiência a cada ida ao destino."
Como a pandemia afetou o negócio
A pandemia, claro, atingiu em cheio os negócios da Aviva entre 2020 e o ano passado. Na fase mais dura do lockdown, o complexo ficou 120 dias fechado — o maior período sem receitas desde o início do negócio, há seis décadas.
O modelo de clube de férias, introduzido em 1999 no Rio Quente, foi responsável por receitas de 620 milhões de reais em 2022 — algo como 60% do total da empresa.
"Foi uma ferramenta importante de fidelização dos clientes ", diz Cunha. "Só no ano passado vendemos 100 milhões de reais em revendas e upgrades dos planos do clube de férias."
O que é a Aviva
O embrião do que é hoje a Aviva foi uma pousada modesta às margens do rio Quente, numa área de águas termais em Caldas Novas, região sudeste de Goiás, aberta em 1964.
De lá para cá, alguns dos principais pontos de virada da empresa foram:
- 1977: inauguração de hotel Turismo, de luxo
- 1979: aquisição do complexo pela família controladora da telecom Algar e pelo fundo FLC Participações
- 1989: início de voos fretados de São Paulo para o aeroporto de Rio Quente, passo fundamental para consolidar o local como um destino turístico nacional
- 1997: inauguração do Hot Park, parque temático com águas termais nos arredores do hotel
- 1999: início da operação de timeshare, atualmente um programa de fidelidade com 30.000 membros que pagam assinaturas em troca de preços promocionais
- 2018: aquisição da Costa do Sauípe por 140,5 milhões de reais, com recursos próprios e passa a se chamar Aviva
- 2021: a empresa passa a ser comandada por Alessandro Cunha, executivo que começou na empresa em 2002 como analista de controladoria júnior e foi uma das lideranças responsáveis pela aquisição da Costa do Sauípe
Atualmente, a Aviva administra 1.100 apartamentos em cinco hotéis na unidade de Rio Quente, onde está a sede do grupo. Em Sauípe, onde a empresa tem outros cinco hotéis, são mais de 1.500 apartamentos. Ao total, são 3.500 funcionários.
Quais são os projetos
Até 2027, a Aviva quer investir 1 bilhão de reais em novos negócios.
Um dos projetos foi a expansão do Hot Park com dois toboáguas com 17 metros de altura e 150 metros de trajeto, inauguradas em janeiro após investimento de 31 milhões de reais.
Na lista estão ainda:
- A reforma de hotéis da Costa do Sauípe e a transformação de parte do resort em multipropriedade, modalidade em que investidores compram uma fração do empreendimento em troca do direito à estadia por um período.
- A construção do parque temático Hot Park Baía das Tartarugas na Costa do Sauípe. A praia do Forte, a poucos quilômetros do resort, foi o berço do projeto Tamar, de preservação da espécie.
- A inauguração do InCasa Residence Club, um condomínio fechado com 40 casas numa área próxima ao complexo de águas termais de Rio Quente. As residências vão custar entre 280.000 e 420.000 reais e poderão ser vendidas no esquema multipropriedade. O projeto do condomínio prevê ainda bares, restaurantes, academia e piscinas privativas.