Exame Logo

Com investimento de R$ 30 mil, eles criaram um negócio de vacinas no interior que fatura R$ 36 mi

A Saúde Livre Vacinas, franquia com 72 clínicas espalhadas pelo país, prevê faturamento de R$ 44 milhões neste ano

Rosane e Fábio Argenta, da Saúde Livre Vacinas: queremos chegar a 130 clínicas em operação até dezembro (Saúde Livre Vacinas/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 12 de abril de 2024 às 15h34.

Última atualização em 12 de abril de 2024 às 17h01.

Os cuidados com os filhos levaram o casal Rosane e Fábio Argenta a criar um negócio que movimentou mais de 36 milhões de reais no ano passado. Os dois são fundadores da Saúde Livre Vacinas, uma franquia de vacinas com 72 clínicas privadas espalhadas pelo país e fundada em 2012.

O negócio nasceu em Lucas do Rio Verde, município do Mato Grosso, para onde os dois se mudaram no começo dos anos 2000, deixando Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.

Veja também

Cardiologista, Fábio foi convidado para trabalhar em um hospital prestes a ser inaugurado na região. Rosane, dentista, chegou depois à cidade, à época com pouco mais de 60.000 habitantes. Juntos, eles decidiram criar uma primeira clínica, combinando as duas especializações em 2002.

Quando os filhos nasceram, em 2008 e 2012, a dificuldade para encontrar vacinas na região para complementar a imunização das crianças revelou novas oportunidades. Investiram R$ 30.000 para abrir aSaúde Livre Vacinas, criando salas dentro da estrutura do primeiro negócio.

Como funciona o negócio

Em três meses, o investimento estava pago. Logo, vieram novas unidades, chegando a cinco em 2015, todas próprias. Na proposta, ser um complemento aos imunizantes ofertados na rede pública.

“O Programa Municipal de Imunização é ótimo, mas ele trabalha com meia dúzia de vacinas, como sarampo, rubéola e coqueluche. Nós temos toda outra gama de vacina”, afirma Fábio. No início, havia vacinas para meningites, HPV e Herpes Zoster.

Para chegar aos números atuais, a empresa passou por dois momentos de virada. Um, estruturado, e outro por circunstâncias imprevisíveis.

O primeiro foi aabertura do modelo de franquiasem 2017, inaugurado com uma unidade emSantarém, município no estado do Pará. Dois anos depois, a rede já contabilizava 27 clínicas e um faturamento na casa de R$ 15 milhões.

O segundo veio com  a chegada da pandemia de covid-19, em 2020, ano em que a empresa chegou a 50 clínicas, no momento em que todo mundo buscava formas de prevenção e proteção contra o vírus.

A crise sanitária também acelerou o desenvolvimento de novas tecnologias, o que, no fim do dia, beneficia o negócio da empresa e abre novas vias de crescimento.

“Nós estamos começando a navegar no mundo dessa tecnologia de DNA recombinante e RNA de interferência. São, por exemplo, medicações que estão caindo no colo das clínicas de vacina”, afirma o cardiologista. Um exemplo recente é de uma medicação injetável para colesterol, recém-aprovada no Brasil e aplicada a cada 6 meses.

Qual é o futuro da Saúde Livre Vacinas

Nos últimos anos, a rede chegou a 72 clínicas, número que prevê saltar para 130 em operação até dezembro. A expansão mais acentuada se deve a um novo momento de conhecimento dos imunizantes, acredita Rosane, CEO da operação.

“Nós tivemos uma fase de muito interesse das pessoas sobre as vacinas, depois a desconfiança, com as notícias falsas sobre efeitos colaterais, e agora uma nova, com o aumento das campanhas de conscientização dos próprios fabricantes e dos governos”, diz.

Além disso, uma mudança de regulação do setor permitiu que farmacêuticos e enfermeiros assumam a operações como responsáveis técnicos por clínicas de vacinação - antes, limitada a médicos -, o que trouxe um novo perfil de franqueados para a rede.

“Hoje, nós temos mais franqueados que não são da área da saúde, e sim empresários. Eles têm uma visão melhor de negócio, de mercado e têm mais foco no comercial e no marketing”, afirma Rosane, sobre um dos fatores que tem ajudado a pôr a empresa em um novo passo.

O modeloSaúde Livre Vacinas conta com três tipos de franquia: sala de vacinas confinada dentro de outra clínica, clínica de rua e ainda em shopping center. Os investimentos iniciais ficam entre R$ 180.000 a 280.000, e o retorno, segundo os sócios, ocorre no intervalo de 18 a 24 meses.

A rede hoje está em todos os estados, com exceção de Amapá, e tem investido em um modelo de planejamento vacinal, estimulando o planejamento vacinal ao longo da vida.

Clique aqui para inscrever sua empresa no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024

Acompanhe tudo sobre:gestao-de-negociosVacinasPandemia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame