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Estado Islâmico complica vida de amantes de cerveja de Bagdá

Os amantes da bebida a têm visto os preços subirem desde que os militantes do Estado Islâmico tomaram grandes áreas do país

Heineken: o preço de uma lata da marca subiu de US$ 1 para US$ 5 (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 15h52.

Está difícil para os consumidores de cerveja de Bagdá. Além dos tiros e perseguições, eles têm visto os preços subirem desde que os militantes do Estado Islâmico tomaram grandes áreas no norte do Iraque em junho e proibiram as bebidas alcoólicas.

Os embarques de bebida alcoólica em direção à capital iraquiana precisam desviar do território do Estado Islâmico e passar por um corredor de postos de controle da milícia xiita, onde homens armados exigem dinheiro por cada caminhão, segundo os comerciantes.

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O preço de uma lata de Heineken subiu de US$ 1 para US$ 5 e uma garrafa do popular uísque Black Jack produzido ilegalmente saltou de US$ 15 para US$ 50.

“Beber é a nossa única saída para esquecer o caos, mas ficou muito caro”, disse o empresário Laith Nadhum, 42, por telefone, de Bagdá.

O Estado Islâmico, um grupo dissidente da al-Qaeda, declarou um califado em áreas sob seu controle, que incluem partes do norte do Iraque, e decretou medidas brutais contra a comunidade cristã do país, que tradicionalmente vendia bebidas alcoólicas.

Embora o Islã proíba o álcool, Bagdá tinha um cenário florescente de bebidas alcoólicas no passado. Consumidores de todas as religiões antes se reuniam na rua Abu Nuwas, ao longo da margem leste do Tigre.

“Estamos perdendo cada vez mais os nossos clientes por causa da situação de segurança. Muitos deles fugiram do país”, disse Saad, um cristão que gerencia uma loja de bebidas alcoólicas no distrito de Karrada, em Bagdá, e que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome por razões de segurança.

‘Sem opção’

Os comerciantes de bebidas alcoólicas, que já eram alvos fáceis dos militantes nos últimos anos, estão pagando US$ 15.000 por caminhão para os líderes da milícia xiita que controlam as estradas para a capital, disse Anwar al-Yezidi, um distribuidor de bebidas, por telefone, de Bagdá.

As principais rotas para os comerciantes iraquianos importarem bebidas alcoólicas eram a Jordânia e a Turquia. A primeira atualmente está completamente fechada porque os caminhões tinham que atravessar a província de Anbar, largamente controlada pelo Estado Islâmico.

Os caminhões que transportam bebidas da Turquia foram forçados a usar estradas antigas e sem pavimento através de regiões curdas ao longo da fronteira iraniana para áreas controladas por milícias xiitas, fazendo a volta em torno da cidade, disse al-Yezidi. “Não temos outra opção a não ser pagar a eles para trazer as bebidas para os nossos clientes”, disse ele.

Quando os militantes do Estado Islâmico tomaram Mosul, eles atacaram a comunidade cristã da cidade, forçando milhares de pessoas a fugirem, segundo Emile Shimoun Nona, arcebispo caldeu de Mosul.

Ataques em Bagdá

As lojas de bebidas alcoólicas de Bagdá também foram atacadas várias vezes, o que obrigou muitas a fecharem e os preços a subirem. Em dezembro, homens armados atacaram várias lojas e mataram nove pessoas.

“Nada é de graça, os donos pagam resgates e dão bebidas alcoólicas grátis para esses postos de controle militar em troca de proteção”, disse Ahmed Shukur, morador do bairro Ameriya, no oeste de Bagdá, ele mesmo um consumidor.

A ameaça de ataques tem forçado muitos consumidores a beber em lugares fechados ou em clubes sociais exclusivos, que são protegidos por empresas de segurança privada e cobram um ágio. Com um toque de recolher em vigor em toda a cidade, esses clubes fecham às 23h30.

Shukur, que pagava US$ 1,50 por uma garrafa de uma imitação de vodca, agora ele gasta US$ 5 e se depara com a perspectiva de beber menos. “Beber ficou realmente inviável”, disse ele, em entrevista por telefone.

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