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Com grandes marcas, Mercado Livre aposta no setor de beleza para crescer

Marketplace foca em parcerias com marcas como a Smashbox para defender seu posto de maior do país ante o avanço da Amazon.

Mercado Livre: serviços de pagamento são a aposta da companhia para crescer nos próximos anos (Mercado Livre/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 13 de maio de 2019 às 06h00.

Última atualização em 13 de maio de 2019 às 16h13.

O futuro do site de comércio eletrônico Mercado Livre está no setor de beleza. O segmento é o que mais cresce para o site no Brasil. Nos últimos quatro meses, o aumento nas vendas do setor de lifestyle (que abarca saúde, beleza e moda) foi de 28%, e a categoria já a segunda maior do marketplace.

Dentro do setor, os produtos de maquiagem e beleza são vistos como os de maior potencial pela empresa. Por isso, o Mercado Livre tem se empenhado em buscar parcerias com grandes marcas interessadas em ter sua própria loja dentro do maketplace. Quem entrar no site hoje poderá encontrar lojas próprias de marcas como O Boticário, Avon, M.A.C e Maybelline. A mais recente é a da Smashbox, marca criada pelo fotógrafo Davis Factor em Los Angeles nos anos 1990.

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“O segmento de lifestyle tem crescido acima da média do Mercado Livre como um todo e estamos empenhados em trazer grandes marcas para vender no site” afirma Cristina Farjallat, diretora de marketplace do Mercado Livre. Em valor vendido, o segmento é o segundo do site, atrás apenas do setor de eletrônicos, cujas vendas são mais esporádicas, mas têm ticket médio maior. Já em número de itens vendidos, o lifestyle já é o primeiro. Outros segmentos que se destacam para o marketplace são autopeças e itens para a casa.

Para as marcas, a principal vantagem de ter uma loja própria no Mercado Livre é aproveitar o fluxo de internautas que passam por ali todos os dias, afirma Farjallat. O site tem 77 milhões de visitantes únicos ao mês. “A maioria das marcas também tem seu e-commerce próprio, mas o marketplace oferece mais conveniência para o consumidor, por ser uma one stop shop. Muitas vezes o cliente que vê a marca no nosso marketplace não procuraria a loja virtual dela”, afirma Farjallat. No caso das lojas de maquiagem e beleza, algumas marcas têm investido em tutoriais e materiais de apoio para o consumidor consultar dentro da loja no Mercado Livre.

O desafio do Mercado Livre é se tornar referência como “loja de tudo” antes da concorrência --  leia-se, antes da Amazon, a gigante da internet que já é a loja de tudo nos Estados Unidos há um bom tempo. A companhia de Jeff Bezos chegou ao Brasil há seis anos vendendo somente livros, mas tem avançado rapidamente sobre outros segmentos, gerando apreensão para operadores locais. Atualmente, a Amazon já vende produtos eletrônicos, itens para casa e moda por aqui.

O Mercado Livre teve lucro de 11,9 milhões de dólares de janeiro a março deste ano, ante prejuízo de 12,9 milhões um ano antes. A receita líquida do trimestre cresceu 47,6%, para 473,8 milhões de dólares, impulsionada pelo resultado no Brasil, com expansão de 64%. As receitas do marketplace do grupo aumentaram 79,8%. A retomada no segmento mostra que o Mercado Livre começa a reagir após medidas tomadas no ano passado, quando passou a cobrar uma taxa fixa de 5 reais para entrega de itens abaixo de 120 reais e excluiu anúncios de produtos abaixo de 6 reais.

O Brasil é o principal mercado do argentino Mercado Livre, com 60% das vendas da companhia, que está presente em 18 países. Portanto, defender esse território do avanço da Amazon é um movimento crucial. E, para isso, quanto mais marcas se associarem ao site, melhor. A companhia começou a atuar com parcerias com grandes marcas em 2014, quinze anos após sua fundação. Hoje tem 970 lojas oficiais no site, sendo 97 em beleza e saúde. Se na origem o Mercado Livre era focado em produtos usados, hoje 90% das vendas são de produtos novos.

Além do constante aumento do catálogo, outras frentes de combate para o Mercado Livre são as políticas de entrega (com frete grátis para todo o país para compras acima de 120 reais, a depender de especificações técnicas) e os investimentos em logística. “O mercado Livre está no Brasil há 20 anos, somos líderes em tráfego e isso não se constrói da noite para o dia”, diz Farjallat. Parado não dá para ficar.

 

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