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Com foco na Copa, Brasil quer atrair negócios milionários

Brasil esperar fechar negócios de exportação e de investimento estrangeiro direto com ações comerciais públicas e privadas que serão realizadas durante a Copa

Mãe e filho veem troféu da Copa: previsão do valor dos investimentos é de US$ 9 bilhões (Tânia Rêgo/ABr)
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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 10h25.

São Paulo - O Brasil esperar fechar negócios de exportação e de investimento estrangeiro direto no valor de US$ 9 bilhões com as ações comerciais públicas e privadas que serão realizadas durante a Copa do Mundo .

A previsão foi realizada pelo presidente da estatal Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos ( Apex -Brasil), Mauricio Borges, para quem o "clima de negócios não será afetado" por causa dos protestos populares que devem ocorrer contra a organização do Mundial.

"A Copa do Mundo mais os futuros Jogos Olímpicos de Rio puseram o Brasil no "prime-time" das possibilidades de negócios. O Brasil estará chegando direta ou indiretamente à metade da população mundial", disse Borges nesta quarta-feira a correspondentes estrangeiros em São Paulo.

A agência de promoção à exportação, que é patrocinadora local oficial da Fifa, organiza a chegada de 2,3 mil representantes de empresas de 104 países durante o Mundial, que será custeada por 700 empresas privadas.

"No ano passado, na Copa das Confederações foram gerados negócios de exportação e de investimento estrangeiro direto no valor de US$ 3 bilhões. A expectativa por conta deste antecedente é que sejam gerados em um ano aproximadamente US$ 9 bilhões", comentou Borges.

A Apex se transformou na primeira agência de fomento que é patrocinadora da Fifa, com a qual assinou um contrato que ainda é confidencial, mas que deverá ser auditado pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

"O custo de ser patrocinador é pequeno comparado ao ganho que se espera para o setor produtivo brasileiro", disse Borges, que adiantou que é a primeira vez que a Fifa aceita no Mundial uma ação de fomento de encontros de negócios.

Nos estádios do Mundial a publicidade estática da Apex na busca de investimentos terá o lema "Brasil além do futebol". Mais de dois mil executivos de empresas convidados por companhias brasileiras estarão no Brasil durante a Copa em reuniões de negócios e terão direito a ver partidas com entradas cedidas pela Apex em cinco sedes: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte.


"A partida é o broche de ouro do encontro de negócios", comentou por sua parte o diretor de Negócios da Apex, Ricardo Santana, que lembrou que a agência representa 12 mil empresas brasileiras de 80 setores.

As missões de convidados pelo setor privado para a Copa 2014 visitarão fábricas e manterão reuniões de negócios e depois serão levados para ver partidas do Mundial.

Os setores onde são esperadas mais realizações de negócios são tecnologia e saúde, habitação e construção, agricultura e alimentos, moda, maquinaria e economia criativa.

As visitas estão lideradas pelos Estados Unidos, de onde chegarão 273 representantes de empresas, entre elas a filial nesse país da multinacional japonesa Nintendo, que terá oportunidade de se reunir com "start-ups" brasileiras.

A Argentina aparece em segundo lugar com 185 executivos que buscarão exportar produtos brasileiros de setores de saúde e transporte. Já a Espanha terá 29 executivos convidados, entre eles da empresa de equipamento médico Maxilaria, das lojas El Corte Inglês e Piedras Naturales de Asturias, segundo a Apex.

Um dos casos mais curiosos foi o convite da empresa de chocolates brasileira Pietrobon, que convidou 13 possíveis compradores, entre eles representantes da Mauritânia e das Ilhas Seychelles.

Os franceses desembarcarão convidados pelo setor têxtil com grandes nomes como Galerias Lafayette, Maison Chanel e Le Bon Marché.

Na Copa das Confederações 2013, as partidas estiveram marcadas por manifestações de protesto e, segundo a Apex, foram fechados negócios no valor de US$ 3 bilhões com 903 empresários convidados ao evento da Fifa no Brasil.

"O clima de negócios não será afetado (pelos protestos). O investidor quer conhecer o potencial do país e de suas empresas para melhorar. O clima que pode existir é balançado pela solidez que mostram perante o mundo as empresas brasileiras", concluiu Borges.

São Paulo – Daqui pouco menos de um mês, um dos eventos mais esperados do mundo irá começar: a Copa do Mundo no Brasil. Empreendedores e pequenos empresários podem aproveitar o período do evento para faturar mais. De acordo com o Sebrae, as micro e pequenas empresas devem faturar 500 milhões de reais com a Copa. Para Mark Paladino, sócio do Instituto Aquila, consultoria em gestão avançada, é um pouco tarde, mas ainda dá tempo de planejar uma ação para o evento. “As empresas podem direcionar sua estratégia para absorver os turistas que estarão na cidade. Criar alguns eventos festivos de celebração, antes ou durante dos jogos”, explica. A recomendação para quem já se preparou e tem muita expectativa para faturar durante o próximo mês é clara: não deixe de monitorar. “Tem que ter uma gestão eficiente, acompanhar os resultados e observar a performance diariamente”, ensina Paladino. Veja seis exemplos de empresas de setores diversos que estão prontas para a Copa do Mundo no Brasil.
  • 2. Terraço Itália

    2 /8(Divulgação/Terraço Itália)

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    Um dos principais pontos turísticos do centro de São Paulo, o Terraço Itália atrai pela sua história e pela possibilidade de ver a capital do alto. André Marques, gerente geral do Terraço Itália, conta que o espaço recebe muitos eventos corporativos e que algumas empresas vão aproveitar a Copa para relacionar-se com seus clientes. Assim surgiu a ideia de um camarote para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Bar do Terraço Itália. Cada ingresso custa 151 reais e dá direito a alguns petiscos. O local preparou ainda coquetéis inspirados em países do mundial. De acordo com Marques, a preparação para o evento inclui um reforço da equipe nos horários dos jogos e a instalação de telões e uma sonorização adequada. Até agora, o jogo que tem mais reservas é o do dia 23 de junho, entre Holanda e Chile. A expectativa é faturar 25% mais.
  • 3. Pub Crawl São Paulo

    3 /8(Divulgação/Pub Crawl São Paulo)

  • Os horários em que serão transmitidos os jogos da Copa do Mundo não serão o foco da estratégia do Pub Crawl São Paulo, que oferece tours gastronômicos e em baladas pela cidade. “Vamos focar na torcida”, resume Kyu Bill, um dos cinco sócios da empresa. “A cidade é a principal porta de entrada de turistas e é uma cidade sede. Vai ter um clima festivo, movimentação, e esse clima vai se estender fora dos jogos”, conta. A equipe dobrou, passando a 40 pessoas e, desde ano passado, a marca tem diversificado seus produtos. Os tours variam de 20 a 95 reais por pessoa. O faturamento esperado até o final do ano é de 1 milhão de reais, o dobro do ano passado. Hoje, a empresa trabalha com até sete eventos semanais. Bill explica que a alta temporada da empresa coincide com os meses do mundial. O Pub Crawl São Paulo espera atender, em média, cinco mil pessoas nesse período.
  • 4. Vuvuzela do Brasil

    4 /8(Divulgação/Vuvuzela do Brasil)

    O e-commerce Vuvuzla do Brasil começou suas operações no ano passado e a ideia de criar o negócio surgiu quando Eduardo Sani, consultor de marketing digital, estava preparando uma apresentação. “Ninguém vendia vuvuzela ainda no mercado e vi que o volume de pesquisas ainda era alto. Pesquisei e vi que não tinha nenhum site do tipo”, resume. Ele se uniu ao empreendedor Vinícius Prado Ramos e investiu 20 mil reais. A Copa das Confederações foi o teste da empresa e eles venderam 1,4 mil vuvuzelas. A estratégia da dupla é de investir em mídia online e anúncios no Google e Facebook. Além disso, a marca fez uma parceria com lojas físicas em São Paulo para vender produtos por consignação. No site é possível comprar não só vuvuzelas, mas também camisetas, perucas e cornetas. A maior demanda vem de empresas que estão comprando os produtos para ações de marketing. Nos próximos três meses, a expectativa é de faturar 180 mil reais. Mesmo após a Copa, o site estará no ar, pois os empreendedores querem aproveitar as Olimpíadas de 2016.
  • 5. Lush Motel

    5 /8(Divulgação/Lush Motel)

    Com a possível falta de hospedagem, o Lush Motel criou um formato especial para turistas, com cobrança por diária. Felipe Martinez, diretor de marketing da empresa, explica que o objetivo não é disputar com os hotéis, pois algumas regras do motel serão mantidas, como a proibição do acesso a menores de idade. “É voltado casais que buscam hospedagem, mas com um pouco de privacidade”, explica. O valor de uma diária varia de 360 reais a 1,5 mil reais, com café da manhã incluso. Até agora, foram confirmadas 37 reservas de estrangeiros. Durante a Copa, a fachada do motel será iluminada nas cores verde e amarelo e os chinelos também terão com o tema do evento. Além disso, a marca investiu em uma versão do site em inglês e contratou um professor de inglês para treinar a equipe. O investimento foi de 50 mil reais e a expectativa da empresa é que o faturamento cresça 10% em junho.
  • 6. Amazonas Brands

    6 /8(Divulgação/Amazonas Brands)

    A Amazonas Brands faz parte do Grupo Amazonas e firmou a parceria com a FIFA para desenvolver as sandálias oficiais da Copa do Mundo. A marca tem um mix de 39 chinelos especiais para o evento. Os modelos são inspirados no mascote oficial, o Fuleco, nas bandeiras de algumas seleções que participarão do mundial, na taça e nas cidades sedes como o Rio. A expectativa de vendas é de 1 milhão de pares e o aumento de produção foi de 28%. Os chinelos podem ser encontrados nas lojas oficiais da FIFA e os preços partem de 29,90 reais.
  • 7. Seven Idiomas

    7 /8(Divulgação/Seven Idiomas)

    Fundada em 1987, a Seven Idiomas é especializada no ensino do inglês e espanhol. Em 2012, a marca desenvolveu um curso pensando nos eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olímpiadas. De acordo com o CEO da empresa, Steven Beggs, as aulas foram pensadas para que os alunos aprendessem estruturas essenciais para se comunicar com turistas e situações que cada tipo de profissional terá que vivenciar. A empresa treinou cerca de 500 pessoas, como os funcionários do Airport Bus Service. A carga horária do treinamento é de 100 horas e o curso custa, em média, 2 mil reais por aluno. A abordagem das aulas depende das necessidades da empresa contratante.
  • 8. Agora, veja mais sobre empreendedorismo

    8 /8(Buda Mendes/Getty Images)

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