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Colágeno e gelatina: André Albuquerque lança empresa com investimento de R$ 250 milhões

Acquion, com fábrica em Minas Gerais, já recebeu cerca de R$ 40 milhões em investimentos

André Albuquerque, da Acquion: empresas no mercado de colágeno e gelatina estão acomodadas e não pensam em melhorias (Acquion/Divulgação)

André Albuquerque, da Acquion: empresas no mercado de colágeno e gelatina estão acomodadas e não pensam em melhorias (Acquion/Divulgação)

Dono da empresa de suplementos alimentares e nutracêuticos Suplax, André Albuquerque está investindo na criação de um novo negócio. Ele vai entrar no mercado de ingredientes com o lançamento da Acquion Foodtech para a produção de colágeno e gelatina.

Uma indústria que está bastante agitada nos últimos meses. Recentemente, a Gelnex, catarinense fabricante de gelatina e colágenos, foi adquirida pela empresa americana Darling Ingredients pelo valor de US$ 1,4 bilhão - cerca de R$ 6,4 bilhões – e a JBS anunciou a entrada no segmento com a marca Genu-In.

A estratégia da empresa é atuar no mercado B2B, vendendo os insumos para que outras marcas e fabricantes de suplementos desenvolvam os produtos para o público final.

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Ao longo dos próximos 48 meses, prevê investimentos da ordem de R$ 250 milhões. Os recursos devem vir como resultado das vendas e ainda de uma captação no mercado, prevista para o ano que vem.

Até o momento, os valores aportados, cerca de R$ 40 milhões, são fruto de capital próprio dos três sócios e de financiamento.

Além de Albuquerque, sócio-fundador, a companhia conta com outros dois sócios: Guilherme Alves, ex-Bluefit e ex-BTG, que ocupará a função de CFO, e o químico Rudye Santos, especialista no mercado de colágenos e gelatinas e responsável pelo desenvolvimento dos produtos.

Os desembolsos foram direcionados para a montagem da fábrica, localizada em Poços de Caldas, Minas Gerais, e com área de 15 mil metros quadrados. Inicialmente, tem capacidade produtiva de 3 mil toneladas por ano, volume que deve ser expandido e chegar a 30 mil/ano em 2027.

Segundo Albuquerque, a operação será gerida por uma holding e está totalmente desvinculada do seu outro negócio. Eventualmente, no entanto, a Suplax pode adquirir os insumos comercializados pela Acquion. "Mas não quero que ela seja a responsável por mais de 20% das compras".

Como o negócio começou

O jovem executivo, hoje com 25 anos, começou a empreender nos Estados Unidos com um negócios de limpeza de vidros e janelas. Depois, viu uma oportunidade no mercado de suplementos e retornou ao Brasil para criar a Suplax.

A empresa é uma terceirizadora responsável por produzir linhas de whey, colágeno, vitamina, gelatina, entre outros, para mais de 100 marcas, entre as quais Desinchá, Ultrafarma, Maxtech e Biomundo. Um negócio que movimenta atualmente mais de R$ 100 milhões e cresce a um ritmo de 100% ano a ano.

Com a experiência, Albuquerque começou a olhar para o mercado de fabricação dos insumos cada vez com mais interesse. Isso porque, na Suplax, ele é cliente dos fornecedores e percebe a complexidade do ambiente, enfrentando problemas como aumento dos preços e falta de matéria-prima.

“Hoje, o nosso mercado ainda é um pouco amador. Tem poucos produtores nacionais. Cerca de 80% da cadeia são distribuidores, que importam de outros países e distribuem no Brasil”, afirma.

Ao conhecer Santos, atualmente sócio e no passado um dos responsáveis pela implementação das Fábricas da Rousselot, marca da Darling, no Brasil, acelerou a criação da empresa, processo que levou aproximadamente 10 meses.

Nos testes, conseguiram produzir um colágeno com 98% de proteína e 99% de pureza - os padrões do mercado são um percentual em torno de 90%.

O resultado foi obtido porque cortaram um terço dos processos produtivos, o que diminui o uso de agentes químicos e mantém os atributos das substâncias. O modelo deve garantir também um menor custo, estimado em 15%.

Quais os próximos passos

A Acquion está chegando ao mercado com metas ambiciosas.  Quer se posicionar entre os líderes do mercado global no período de cinco anos e já vislumbra ter fábricas nos Estados Unidos e na Europa no horizonte de quatro anos.

“O mercado de colágenos é de gigantes. Eu diria que o meu menor concorrente movimenta R$ 1,3 bilhão, mas eles estão super acomodados e não pensam em melhorias e inovações para o cliente. Além disso, são poucos. Se o mercado tiver mais de 12 companhias, é muito. Isso gera muita oportunidade”, diz.

Na tese desenhada para a empresa, a expectativa é de que o mercado nacional responda por 60% do faturamento e o externo pelos outros 40%.

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