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Cofundador brasileiro do Facebook investe em Cingapura

Apesar de distante da agitação de Wall Street, Eduardo Saverin deve ser amplamente beneficiado pela entrada da empresa na Bolsa, prevista para sexta-feira

Eduardo Saverin pode ser um dos residentes mais ricos de Cingapura (AFP)

Eduardo Saverin pode ser um dos residentes mais ricos de Cingapura (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 10h37.

Cingapura - Distante da agitação de Wall Street, em que o Facebook se prepara para entrar na Bolsa, o cofundador brasileiro do gigante das redes sociais, Eduardo Saverin, leva uma vida tranquila em Cingapura onde ele investe sua fortuna em empresas novas.

Saverin, que criou o Facebook com Mark Zuckerberg e dois outros amigos em Harvard no ano de 2004, abandonou a nacionalidade americana e quer viver definitivamente em Cingapura, a cidade-Estado próspera do sudeste asiático.

Como conta o filme "A rede social", Saverin, hoje com 30 anos, com seu faro para negócios criou junto com Zuckerberg o site mais popular do mundo.

Os dois amigos tiveram uma violenta disputa quando a parte de Saverin no capital foi fortemente diluída. Mas ele deve ser amplamente beneficiado pela entrada do Facebook na Bolsa, prevista para sexta-feira.

Os críticos afirmam que Saverin renunciou a sua nacionalidade americana para evitar pagar o imposto sobre a sua fortuna, estimada em 3,4 bilhões de dólares pelo site "A quem pertence o Facebook?". Segundo o endereço eletrônico, o jovem brasileiro detém 4% do capital.

Caso o dado seja confirmado, Eduardo Saverin será um dos residentes de Cingapura mais ricos. Fugindo da imprensa, ele goza neste centro tecnológico e financeiro da Ásia de um anonimato que não tinha nos Estados Unidos.

Tom Goodman, porta-voz de Saverin, que vive em Nova York, se recusou a indicar a parte de seu cliente no capital do Facebook e afirma que a questão dos impostos não influenciou em sua decisão de se exilar. Isso aconteceu porque "Saverin achou mais prático de tornar um morador de Cingapura" para o longo prazo.

"Ele considera que Cingapura está no centro da região onde é preciso estar para crescer, principalmente em tudo relacionado à tecnologia voltada para o grande público, com um mercado de internet e de celulares que cresce rapidamente e será dominante em nível mundial", declarou Tom Goodman à AFP.


"Ele pretende investir em empresas brasileiras e internacionais interessadas em entrar nos mercados asiáticos", acrescentou.

O imposto de renda sobre ganho de capital não existe em Cingapura. Os residentes mais ricos são taxados em 20%, um taxa menor do que os 35% de taxa marginal para os mais ricos dos Estados Unidos.

Eduardo Saverin, cujo dinheiro e os conselhos são muito procurados pelos atores do setor de tecnologia em Cingapura, se nega a dar entrevistas e limita suas aparições públicas.

Aqueles que o conhecem afirmam que ele não tem pretensão e que protege sua vida particular, mas que se mantém acessível. Ele apareceu em algumas oportunidades na imprensa ao lado de jovens beldades, dentre as quais Rachel Kum, Miss Cingapura 2009.

A Perx, uma empresa promissora de internet em Cingapura, é uma das companhias em que Saverin investiu.

Segundo o cofundador da empresa, Andrew Roth, Saverin colocou a mão no bolso em 2011 e deu seus conselhos sobre o desenvolvimento de seu aplicativo para o iPhone, um cartão virtual de fidelidade que recompensa os clientes de restaurantes, lojas e de outros estabelecimentos. Ela conta com 40.000 clientes.

"Ele investiu cada vez mais em produtos (...) e nos deu conselhos muito pertinentes sobre como melhorar", indicou Roth à AFP.

A Anideo, outra sociedade do setor tecnológico de Cingapura conhecida por seu aplicativo de 'streaming video' para celular, o Denso, também recebeu recursos de Saverin.

Para Tom Goodman, a presença desta estrela das novas tecnologias atrai empresas "de primeira classe" em Cingapura e dinamiza o setor das empresas novatas ou "start-ups".

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