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Chery promete fábrica para 2013 já com 65% de conteúdo nacional

Medida do governo obriga empresa a diminuir estimativas de importação e a correr contra o tempo para terminar fábrica em Jacareí no ano que vem

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2012 às 23h03.

São Paulo - A pisada no freio nas exportações de veículos ao país fez com que a chinesa Chery mudasse sua estratégia para o mercado doméstico. O foco na expansão da comercialização de automóveis feitos na China foi substituído pela preocupação em atender à nova exigência do governo federal: produzir, no Brasil, carros com 65% de componentes nacionais. Ao mesmo tempo, os executivos da marca articulam junto ao Palácio do Planalto uma flexibilização da alíquota de IPI que incide sobre os importados.

Para acenar ao governo que vê o Brasil como plataforma de produção, e não apenas como mercado consumidor, a Chery tem reafirmado a promessa de que a fábrica em construção em Jacareí, interior de São Paulo, deve ficar pronta em dezembro do ano que vem. Até lá, a montadora espera que o governo anuncie alguma medida que amenize os 30 pontos porcentuais do IPI sobre carros produzidos no exterior. "Acreditamos que uma medida para rever esse valor deva sair muito em breve", diz o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi.

A chinesa investe 200 milhões de dólares para construir uma fábrica capaz de produzir 50 mil carros por ano. Promete ainda destinar mais 200 milhões de dólares na segunda fase da obra, para ampliar sua capacidade para até 150 mil em três turnos de trabalho.

Em coletiva nesta terça-feira, o presidente da Chery Internacional, Zhou Viren, disse que a exigência brasileira de 65% de nacionalização será atendida desde o começo da produção. Mais comedido, o CEO da filial brasileira afirmou, em entrevista ao site de VEJA, que acredita ser possível uma flexibilização na taxa. "Um escalonamento, começando entre 40% e 50%, já ajudaria bastante nos primeiros três anos".

Parceiro comercial – De acordo com os executivos, o Brasil assume papel essencial na estratégia de crescimento internacional da Chery – que exporta para mais de 80 destinos e tem treze unidades produtivas em doze países. "Nossa primeira fábrica completa vai ser aqui no Brasil", diz o presidente da Chery Brasil, Kong Dan Long.

Em 2011, mesmo com o anúncio do IPI, 20,6% de todas as vendas externas da companhia chinesa vieram para o país. No ano anterior, o mercado brasileiro respondia por 23,9% das exportações.


Revisão de projeções – Após o aumento do IPI em agosto do ano passado, exportar carros direto da China passou a ser praticamente inviável. "Trinta por cento é para fechar a empresa", diz Luis Curi. "Quando você paga 30% e seu concorrente não, fica difícil".

Após vender 33 mil carros no ano passado, com alta de 50% ante 2010, a Chery planejava vender quase o dobro em 2012, 60 mil. "Devido ao aumento de 30% do IPI, abaixamos nosso plano de vendas para 30 mil", diz o presidente da Chery Internacional, Zhou Viren. "Gostaríamos de uma flexibilização do IPI porque já estamos construindo uma fábrica no país".

Para enfrentar a medida na época, a empresa entrou com uma liminar contra a decisão do governo – para que o Planalto respeitasse o princípio constitucional da quarentena dos tributos –, antecipou a importação de 15 mil veículos e não repassou o aumento ao consumidor. Mas o estoque está acabando. "Consegue aguentar por muito pouco tempo", diz Curi. "Mais um ou dois meses".

Saída uruguaia – Caso governo não flexibize o IPI, a saída é o Uruguai. A empresa pretende utilizar a unidade produtiva no país vizinho, com capacidade anual de até 12 mil carros, para driblar a imposição brasileira via Mercosul.

É também pensando no Mercosul que a empresa investe no país. Com a fábrica produzindo carros com 65% de conteúdo nacional, a Chery pode exportá-los a outros países. "Temos bastante confiança no futuro", diz Zhou Viren. "Pelas leis do Mercosul, poderemos exportar para o Paraguai, o Uruguai e a Argentina, além do México".

Futuro no Brasil – Além das vendas no exterior, a montadora chinesa pretende aumentar sua participação no mercado interno. Ela teve apenas 0,1% de market share (participação no total do mercado) em 2009, 0,21% em 2010 e 0,63% no ano passado. A previsão para 2012, mesmo com o IPI para importados, é chegar a 0,75% em dezembro. Para 2016, a Chery quer quadruplicar sua presença no mercado brasileiro. "Queremos chegar a 3% do market share em apenas quatro anos", diz Curi.

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Para acenar ao governo que vê o Brasil como plataforma de produção, e não apenas como mercado consumidor, a Chery tem reafirmado a promessa de que a fábrica em construção em Jacareí, interior de São Paulo, deve ficar pronta em dezembro do ano que vem. Até lá, a montadora espera que o governo anuncie alguma medida que amenize os 30 pontos porcentuais do IPI sobre carros produzidos no exterior. "Acreditamos que uma medida para rever esse valor deva sair muito em breve", diz o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi.

A chinesa investe 200 milhões de dólares para construir uma fábrica capaz de produzir 50 mil carros por ano. Promete ainda destinar mais 200 milhões de dólares na segunda fase da obra, para ampliar sua capacidade para até 150 mil em três turnos de trabalho.

Em coletiva nesta terça-feira, o presidente da Chery Internacional, Zhou Viren, disse que a exigência brasileira de 65% de nacionalização será atendida desde o começo da produção. Mais comedido, o CEO da filial brasileira afirmou, em entrevista ao site de VEJA, que acredita ser possível uma flexibilização na taxa. "Um escalonamento, começando entre 40% e 50%, já ajudaria bastante nos primeiros três anos".

Parceiro comercial – De acordo com os executivos, o Brasil assume papel essencial na estratégia de crescimento internacional da Chery – que exporta para mais de 80 destinos e tem treze unidades produtivas em doze países. "Nossa primeira fábrica completa vai ser aqui no Brasil", diz o presidente da Chery Brasil, Kong Dan Long.

Em 2011, mesmo com o anúncio do IPI, 20,6% de todas as vendas externas da companhia chinesa vieram para o país. No ano anterior, o mercado brasileiro respondia por 23,9% das exportações.


Revisão de projeções – Após o aumento do IPI em agosto do ano passado, exportar carros direto da China passou a ser praticamente inviável. "Trinta por cento é para fechar a empresa", diz Luis Curi. "Quando você paga 30% e seu concorrente não, fica difícil".

Após vender 33 mil carros no ano passado, com alta de 50% ante 2010, a Chery planejava vender quase o dobro em 2012, 60 mil. "Devido ao aumento de 30% do IPI, abaixamos nosso plano de vendas para 30 mil", diz o presidente da Chery Internacional, Zhou Viren. "Gostaríamos de uma flexibilização do IPI porque já estamos construindo uma fábrica no país".

Para enfrentar a medida na época, a empresa entrou com uma liminar contra a decisão do governo – para que o Planalto respeitasse o princípio constitucional da quarentena dos tributos –, antecipou a importação de 15 mil veículos e não repassou o aumento ao consumidor. Mas o estoque está acabando. "Consegue aguentar por muito pouco tempo", diz Curi. "Mais um ou dois meses".

Saída uruguaia – Caso governo não flexibize o IPI, a saída é o Uruguai. A empresa pretende utilizar a unidade produtiva no país vizinho, com capacidade anual de até 12 mil carros, para driblar a imposição brasileira via Mercosul.

É também pensando no Mercosul que a empresa investe no país. Com a fábrica produzindo carros com 65% de conteúdo nacional, a Chery pode exportá-los a outros países. "Temos bastante confiança no futuro", diz Zhou Viren. "Pelas leis do Mercosul, poderemos exportar para o Paraguai, o Uruguai e a Argentina, além do México".

Futuro no Brasil – Além das vendas no exterior, a montadora chinesa pretende aumentar sua participação no mercado interno. Ela teve apenas 0,1% de market share (participação no total do mercado) em 2009, 0,21% em 2010 e 0,63% no ano passado. A previsão para 2012, mesmo com o IPI para importados, é chegar a 0,75% em dezembro. Para 2016, a Chery quer quadruplicar sua presença no mercado brasileiro. "Queremos chegar a 3% do market share em apenas quatro anos", diz Curi.

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