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Chanel deve concentrar o foco em São Paulo, diz consultor

Brasil apresenta menor potencial de expansão que a China e, por isso, marca deve focar mercados mais rentáveis

Loja da Chanel na Villa Daslu: a parceria foi desfeita após 15 anos (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - A marca de luxo Chanel vai abrir uma nova loja em São Paulo, em outubro. A grife não comenta sua estratégia, mas Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, avalia que a empresa ainda tem espaço para crescer no Brasil - mas bem menos do que na Ásia.

"Chanel e Hermès (que abriu sua primeira loja no Brasil em 2009) são dois grandes bastiões do luxo, seu processo de expansão é limitado", diz Ferreirinha. Ele estima que, nos próximos cinco anos, o Brasil deve abrigar quatro ou cinco lojas da Chanel - todas concentradas em São Paulo, que ele acredita que tem mercado para mais uma loja além das duas desse ano e no Rio de Janeiro - no máximo Brasília abrigaria uma loja da grife.

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O consultor acredita que, atualmente, os mercados mais interessantes quanto a crescimento, para a Chanel, sejam Ásia e China - com exceção dos mercados consolidados da Europa e Estados Unidos. O Brasil é visto como interessante a médio e longo prazo, enquanto Ásia e China - citadas separadas de propósito - têm potencial mais imediato.

O crescimento de vendas estimado entre 2009 e 2010 para a Chanel, no mundo, é de 2 bilhões de euros e 3 bilhões de euros, segundo a MCF consultoria. O valor da marca é avaliado em 6 bilhões de dólares - ocupando a 59ª posição no ranking das marcas mais valiosas do mundo. A Chanel não comenta sua estratégia, tampouco divulga seus números de vendas.

Daslu

A Chanel mantinha uma parceria com a Daslu no Brasil há 15 anos. Neste ano, a grife francesa assumiu a operação de sua loja no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e abriu uma loja de perfumes e cosméticos no Rio de Janeiro, da mesma forma que fez em São Paulo antes de abrir sua loja completa. "Perfumaria e cosméticos são um termômetro da marca", diz Ferreirinha.

A Daslu exerceu o papel de trazer para o país marcas que nem pensavam no mercado brasileiro, segundo Ferreirinha. As dificuldades enfrentadas pela loja de Eliana Tranchesi recentemente apenas anteciparam um momento de as marcas resolverem andar sozinhas no país, de acordo com o consultor. "O Brasil é outro país. Nós mudamos muito", diz. "A Chanel obrigatoriamente buscaria isso, porque a brasileira é uma grande consumidora de Chanel no mundo", afirma.

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