CGG fecha acordo para reestruturação de dívida de US$ 170 mi
Pelos termos do acordo, a dívida de 170 milhões de dólares devida por sua área de trading será paga em sete anos
Reuters
Publicado em 18 de julho de 2017 às 16h02.
Última atualização em 18 de julho de 2017 às 18h52.
São Paulo - A Cantagalo General Grains (CGG), companhia brasileira que produz e negocia commodities como soja e milho, obteve acordo para a reestruturação de sua dívida, disseram executivos da empresa à Reuters.
A companhia têxtil brasileira Coteminas é a acionista controladora da CGG. Sua trading é uma joint venture, na qual a japonesa Sojitz Corp detém 43 por cento.
Pelos termos do acordo, a dívida de 170 milhões de dólares devida pela área de trading da CGG será paga em sete anos, com amortização do principal começando após o terceiro ano.
Alguns dos bancos envolvidos no acordo foram Banco do Brasil, ABN Amro, Rabobank, Banco Bradesco e Banco Santander Brasil, segundo a CGG.
O ABN Amro não respondeu a um pedido de comentário. Banco do Brasil, Rabobank, Bradesco e Santander não quiseram comentar.
A empresa colocou seu terminal portuário de Itaqui, no Maranhão, como garantia para refinanciar essa dívida.
Mais cedo neste ano, a companhia havia refinanciado 10 milhões de dólares de dívidas, disseram executivos.
A CGG agora almeja aumentar a operação e produção de commodities após uma reestruturação na gestão que marcou a saída das operações de algodão.
"Uma das primeiras correções da nova gestão foi de deixar o setor do algodão", disse Brandon Crozier, presidente-executivo desde novembro.
O algodão é intensivo em capital e a CGG não tinha a especialização e balanço necessários para obter sucesso nesse mercado, disse ele.
Neste ano, a CGG quer negociar até 800 mil toneladas de milho, ante 7 milhões de toneladas de grãos em 2014, uma vez que a empresa foca em melhorar as margens de lucro por meio de gestão de capital mais eficiente.
A CGG também está buscando formas de melhorar seu negócio agrícola.
A companhia possui 100 mil hectares de terras, dos quais 70 por cento é agricultável, com capacidade produtiva de 350 mil toneladas de grãos, segundo executivos. Terceiros estão utilizando a terra neste ano enquanto a CGG realiza sua reestruturação.
Quando a CGG retomar as atividades no campo, executivos disseram que eles irão focar em não transgênicos, farelo de soja com alto teor de proteína, orgânicos industriais e rotação de culturas alternativas, como sorgo, o que é esperado que dê uma posição em mercados de nicho.
"Não podemos replicar o que as ABCDs fazem bem", disse Crozier, referindo-se a ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, que dominam a operação global de commodities.