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CEO da Uber diz que precisa reconquistar lealdade dos motoristas "todos os dias"

Motoristas da empresa fizeram protesto recente nos EUA contra o pagamento de taxas

Khosrowshahi: pandemia foi o que forçou a Uber a analisar a experiência do motorista (David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images/Divulgação)

Khosrowshahi: pandemia foi o que forçou a Uber a analisar a experiência do motorista (David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 06h21.

Priorizar os motoristas e valorizá-los. Esse é o desafio que o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, pretende vencer.

Para ele, seus motoristas ajudaram muito o serviço de carona durante o período da pandemia. E isso não pode ser esquecido, mesmo que a mentalidade da empresa á época fosse outra.

Em palestra em Bengaluru, Índia, na quinta-feira, ele disse que priorizar os motoristas ajudou a empresa a enfrentar um período difícil em que viagens e receitas caíram vertiginosamente.

Aqui no Brasil, nesta sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal deve julgar um recurso da Uber que trata da relação de trabalho entre motoristas e a plataforma.

O processo foi pautado para o dia 23 de fevereiro. Por enquanto, os ministros não vão analisar o mérito da questão, apenas vão decidir se o processo terá repercussão geral. Ou seja, se o que for decidido no julgamento afetará todos os processos semelhantes na Justiça.

"Antes da Covid, eu diria, apenas para ser autocrítico, que considerávamos nossos motoristas como garantidos no emprego até certo ponto", disse ele. "Em geral, tínhamos excesso de oferta, éramos uma empresa muito mais focada no consumidor, e o cliente sempre tinha razão", disse

A pandemia foi o que forçou a Uber a analisar a fundo a experiência do motorista, disse Khosrowshahi, com o objetivo de priorizar a integração e outras necessidades.

"Os motoristas nos viam como uma plataforma confiável para eles, que os ouvia e era justa", disse ele. "Mas a natureza da economia dos ganhos flexíveis é que você precisa reconquistar essa lealdade todos os dias", falou o executivo.

"Em última análise, o poder da Uber são os seis milhões e meio de trabalhadores que estão em nossa plataforma e os serviços que eles prestam a todos."

De acordo com o site CNBC, não é a primeira vez que Khosrowshahi destaca as virtudes dos motoristas de sua empresa. No ano passado, ele disse que sua experiência como motorista da Uber foi um alerta que o levou a começar a valorizar mais seus funcionários ao volante.

"Começamos a celebrar os funcionários que saem para fazer entregas, os funcionários que dirigem. É um ponto de orgulho para os funcionários", disse ele na época.

Mas os motoristas da Uber não estão tão satisfeitos assim, apesar dos comentários de Khosrowshahi.

Muitos relataram o aumento da concorrência e a diminuição dos ganhos nos últimos meses, tornando mais difícil permanecer como trabalhador autônomo. Na semana passada, motoristas da Uber entraram em greve durante  do Dia dos Namorados nos EUA, protestando contra as taxas que variam muito e que, segundo eles, são insustentáveis.

Alguns estão pressionando por taxas mínimas para os motoristas, que já foram promulgadas em Nova York, Seattle e Califórnia. Propostas semelhantes estão sendo consideradas em Minneapolis, Chicago e Massachusetts.

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