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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Chicago - Um ex-executivo do Lehman Brothers Holdings Inc. advertiu meses antes do colapso do banco que o alto escalão de administradores estava supostamente enganando investidores e reguladores sobre o valor dos ativos da empresa, informou o Wall Street Journal neste sábado.
Em uma carta de maio de 2008 dirigida ao então diretor financeiro Erin Callan, ao diretor de riscos Chris O'Meara e outros, o vice-presidente do Lehman, Matthew Lee, disse que a empresa tinha "bilhões de dólares de saldos sem fundamento, que podem, ou não podem ser 'ruins', ou ativos não- produtivos", publicou o jornal, citando a carta.
Lee, que respondia ao administrador financeiro global do banco, destacou a contabilidade do escritório de Mumbai, apontando "uma possibilidade muito real de uma potencial distorção de fatos materiais estar sendo propagada eficientemente por aquele escritório", segundo o jornal.
As supostas distorções podem ter violado os códigos de ética internos do Lehman, Lee afirmou em sua carta, segundo o jornal. O vice-presidente foi despedido poucos dias após redigir a carta, e mais tarde fez um acordo que o impede de submeter queixa, segundo o jornal.
As alegações são semelhantes a reclamações de investidores e analistas à época, incluindo David Einhorn, da Greenlight Capital Inc, que questionou a descrição do banco sobre o valor de uma usina em Mumbai, informou o jornal.
O Lehman entrou em concordata em setembro de 2008. Na sexta-feira, o presidente do comitê bancário do Senado, Chris Dodd, solicitou ao Departamento de Justiça que analise possíveis irregularidades cometidas por executivos do Lehman, que podem ter recorrido a manobras na contabilidade para esconder a verdadeira situação financeira da empresa. Trechos da carta de Lee foram incluídos no relatório de 2.200 páginas do relator nomeado pela Justiça, divulgado em 11 de março.