Carrefour compra Atacadão e reassume liderança em vendas

O grupo francês Carrefour anunciou a compra do Atacadão, maior rede de varejo voltada à baixa renda no Brasil, por 825 milhões de euros, o equivalente a 2,2 bilhões de reais. Conforme antecipou EXAME na quinta-feira (19/4) , a negociação coloca o Carrefour como líder em vendas no Brasil no setor de supermercados e hipermercados, posição que havia perdido para o Pão de Açúcar em 2000.

A compra foi anunciada em comunicado divulgado nesta segunda-feira (23/4). "A aquisição faz parte da estratégia do Carrefour de reforçar sua presença em mercados de crescimento importante por meio de uma abordagem de formato diversificado", afirmou a rede francesa na nota. Com o negócio, o Carrefour leva as 34 lojas que o Atacadão possui no Brasil - metade delas no estado de São Paulo - e abocanha um faturamento de 4 bilhões de reais.

As operações do Atacadão serão somadas à rede que o Carrefour já mantém no país, formada por 109 hipermercados, 34 lojas do Carrefour Bairro e 28 unidades Dia %, com vendas que se aproximam dos 13 bilhões de reais.

Wal-Mart e Pão de Açúcar também chegaram a disputar o Atacadão, que estava à venda desde maio do ano passado. Os dois gigantes eram vistos por especialistas como favoritos, já que a rede americana mostrava interesse em crescer no Brasil por meio de aquisições. Ao Pão de Açúcar, por sua vez, a compra do Atacadão representaria uma chance de crescer no segmento de baixa renda, cada vez mais estratégico para varejistas.

De acordo com ranking de faturamento divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados, o Carrefour havia encerrado 2006 na terceira posição entre supermercados e hipermercados. Agora, a aquisição garantirá à rede francesa não apenas a liderança do setor, mas também sinergias e redução de custos para o grupo.

Em entrevista a analistas, o executivo-chefe do Carrefour, José Luis Duran, chegou a afirmar que o grupo pode transferir alguns hipermercados para o modelo do Atacadão. Ainda de acordo com o executivo, o modelo de negócios da rede brasileira será mantido, preservando um certo nível de independência. Não há previsão de fechamento de lojas, e sim planos de expansão do grupo, com abertura de quatro a cinco lojas por ano. A meta anterior à operação era de abertura de duas a três unidades anualmente.

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