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Carlos Ghosn em busca de novo mandato de 4 anos na Renault

Presidente brasileiro de origem libanesa assumiu o cargo no ano passado, sem deixar, por causa disso, a direção da Nissan

Ghosn chegou à Renault com o prestígio de ter reerguido a Nissan (.)
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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2010 às 19h32.

Paris - O presidente brasileiro de origem libanesa da montadora francesa Renault, Carlos Ghosn, solicitará nesta sexta-feira à assembleia geral de acionistas a renovação de seu mandato, num contexto econômico difícil.

Ghosn, que desde 2002 já era administrador dentro do grupo, assumiu a direção operacional em abril de 2005 e a presidência no ano passado, sem deixar, por causa disso, a direção da Nissan, o sócio japonês da Renault.

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Formalmente, o mandato de administrador de Ghosn deverá ser renovado por quatro anos pela assembleia geral e, depois, o novo conselho de administração que se reunirá em seguida deverá confirmá-lo em sua função de presidente.

Ghosn, que chegou à Renault com o prestígio de ter reerguido a Nissan e com uma imagem de "cost killer" (redutor de custos), deverá agora fazer frente ao desaparecimento progressivo das ajudas públicas estatais ao setor na Europa, seu principal mercado.

O plano de troca de carros velhos manteve as vendas durante o primeiro trimestre. A cifra de negócios aumentou quase 28,4% a 9,072 bilhões de euros.

Mas este efeito poderá terminar no segundo trimestre, e a Renault se mostra prudente no que diz respeito ao resto do ano.

Na terça-feira, a montadora reiterou que espera "condiçõse ainda difíceis em 2010 e um mercado europue que poderá sofrer uma queda de 10%" em relação a 2009.

A Renault faz parte dos grupos automotivos mais duramente afetados pela crise, com uma perda líquida de 3,1 bilhões de euros em 2009, devido, em sua metade, à participação em empresas associadas com a japonesa Nissan ou a montadora sueca de caminhões Volvo.

O resultado da situação é que, pelo segundo ano consecutivo, a montadora não deverá repassar dividendos a seus acionistas.

Quanto ao valor da ação Renault, apesar de quase duplicar no ano passado, foi dividida por mais de cinco em 2008.

A assembleia geral também pode abordar na sexta-feira a aliança Renault-Nissan com a alemã Daimler, que acaba de ser concluída. Esta cooperação estratégica resultará em um primeiro momento em uma plataforma comum para os veículos pequenos das duas montadoras (Smart e Twingo).

A aliança pode render ainda uma cooperação na área de veículos elétricos, já que a Renault considera o carro elétrico um ponto estratégico.

Em 2011, a montadora francesa lançará os dois primeiros modelos: o utilitário Kangoo Express e o sedan médio Fluence, antes da chegada em 2012 de dois novos veículos do setor elétrico.

Durante a recente assembleia geral da Daimler, alguns acionistas se declararam céticos sobre o aspecto positivo da aproximação, que segundo eles poder prejudicar a imagem da marca alemã.

Durante a assembleia também poderá se confirmada a entrada de dois novos representantes do Estado no conselho de administração, uma consequência da disputa entre o governo e o grupo automotivo sobre a produção do futuro modelo Clio.

A ideia de que a última versão do carro pode ser fabricada totalmente na Turquia provocou reações iradas na França, o que fez Ghosn ser convocado para prestar esclarecimentos à presidência da República.

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