Canadá acusa Boeing de querer bloquear Bombardier nos EUA
A ministra de Relações Exteriores do Canadá também informou que está "revisando os contratos militares relacionados com a Boeing"
EFE
Publicado em 18 de maio de 2017 às 22h19.
Toronto - O governo do Canadá acusou nesta quinta-feira a empresa aeronáutica americana Boeing de tentar bloquear a venda de aviões da canadense Bombardier nos Estados Unidos, após a decisão de Washington de iniciar uma investigação para a imposição de medidas contra o "dumping" (concorrência desleal).
Em comunicado, a ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, também informou que está "revisando os contratos militares relacionados com a Boeing".
"Estamos completamente em desacordo com a decisão do Departamento de Comércio dos EUA de iniciar investigações de tarifas antidumping e compensatórias às importações de aviões civis canadenses de grande porte", afirmou.
De acordo com a ministra, "o pedido da Boeing está claramente direcionado a bloquear a entrada do novo avião da Bombardier, a Série C, no mercado americano".
"A Boeing admite que não compete com as exportações do avião CS100, portanto é mais difícil ver estas acusações como legítimas, particularmente dado o domínio da família Boeing 737 no mercado americano", continuou Freeland.
O Canadá também lembrou que muitos dos fornecedores que trabalham na produção da Série C da Bombardier, uma família de aviões de médio-alcance que entrou em serviço no ano passado, estão radicados nos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira foram iniciadas em Washington averiguações para determinar se a Bombardier está recebendo subvenções para poder vender a Série C de aviões a preços menores que os normais.
Após o início das análises, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, emitiu um comunicado no qual apontou que Washington tem que agir se não forem cumprem as normas e que fará todo o possível para defender as companhias americanas.