Cambuhy e Itaúsa podem pagar até R$ 3,5 bi por Alpargatas
Empresas querem fechar a proposta até a próxima semana, quando acaba o acordo de exclusividade das negociações
Reuters
Publicado em 9 de julho de 2017 às 11h59.
São Paulo - A Cambuhy e o Itaúsa podem pagar entre 3,3 bilhões e 3,5 bilhões de reais por uma participação majoritária na Alpargatas SA , disseram duas fontes com conhecimento do assunto.
Os lucros com a venda da Alpargatas, cujas ações têm forte alta neste ano, podem ajudar a reduzir a grande dívida dos proprietários, que também estão envolvidos em escândalo de corrupção.
A Cambuhy Investimentos Ltda e a Itaúsa Investimentos SA estão trabalhando para fechar os termos de um acordo já na próxima semana, quando acaba o período de exclusividade com a acionista controladora da Alpargatas, a J&F Investimentos SA, disse a primeira fonte.
A Itaúsa gere a fortuna das famílias brasileiras Villela e Setúbal, que controlam o Itaú Unibanco Holding SA, maior banco da América Latina em ativos. A Cambuhy é a empresa da família do bilionário Moreira Salles, também importante acionista do Itaú.
A J&F, que detém 86 por cento da Alpargatas e administra a fortuna da família Batista, tem que levantar dinheiro para pagar uma multa de leniência de 10,3 bilhões de reais e empréstimos que estão para vencer, disseram as fontes. Os proprietários da J&F, Joesley e Wesley Batista, assinaram um acordo de leniência em maio após admitirem ter subornado quase 1.900 políticos.
As ações da Alpargatas acumulam alta de 63 por cento este ano. A empresa é o primeiro dos ativos da J&F a ser colocado à venda na esteira do envolvimento da família Batista no maior escândalo de corrupção do Brasil. A Reuters noticiou a oferta liderada pela Cambuhy em 16 de junho, o que as empresas confirmaram uma semana depois.
A J&F, a Cambuhy e a Itaúsa se recusaram a comentar. As fontes pediram para não ser identificadas porque as negociações continuam privadas.