A empresa nega ter usado os dados para elaborar um programa que permitiu prever e influenciar votos na eleição dos EUA (Luke MacGregor/Bloomberg)
AFP
Publicado em 18 de maio de 2018 às 10h29.
A empresa britânica de consultoria Cambridge Analytica, protagonista do escândalo pelo uso ilegal de dados do Facebook, recorreu ao capítulo 7 da lei de falências nos Estados Unidos, de acordo com documentos apresentados a um tribunal de Nova York.
O grupo, cujo advogado apresentou a declaração na quarta-feira, anunciou no início de maio o fim de suas atividades e o início do processo de falência no Reino Unido, ao mesmo tempo que preparava a declaração de falência nos Estados Unidos.
A Cambridge Analytica foi acusada de ter utilizado dados pessoais de 90 milhões de usuários do Facebook sem o consentimento das pessoas afetadas.
As informações teriam sido utilizadas para elaborar um programa que permitiu prever e influenciar o voto dos eleitores na campanha presidencial dos Estados Unidos de 2016, vencida por Donald Trump.
A empresa britânica negou as acusações, apesar das gravações, feitas com uma câmera escondida, de seu diretor geral, Alexander Nix, que acabou suspenso.
O Facebook insiste que não sabia que os dados obtidos pela empresa de consultoria por meio de um aplicativo de testes psicológicos, desenvolvido por um professor e pesquisador universitário, foram utilizados com fins políticos.
A empresa americana, no entanto, foi arrastada pelo escândalo, acusada de não proteger de modo suficiente seus usuários.
Seu fundador e CEO, Mark Zuckerberg, teve que pedir desculpas em abril pelos "erros" da empresa durante uma audiência no Congresso americano.