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Caixa estuda opções para se livrar de crédito podre

Segundo fontes, banco está analisando opções para se livrar de carteiras de crédito de má qualidade


	Agência da Caixa Econômica Federal
 (Tânia Rêgo/ABr)

Agência da Caixa Econômica Federal (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2014 às 19h09.

São Paulo - A Caixa Econômica Federal está analisando opções para se livrar de carteiras de crédito de má qualidade, incluindo vendê-las a investidores ou securitizá-las, no que pode ser o primeiro passo de plano para reduzir comprometimento de capital, disseram duas fontes nesta quarta-feira.

Cerca de 3,2 bilhões de reais de créditos em atraso poderiam ser vendidos a fundos que lidam com operações vencidas, disse uma outra fonte, que pediu para não ser identificada porque o assunto ainda está em estudos.

A Caixa consultou até quatro gestores de fundos de crédito vencido, disse uma das fontes.

Procurado, o banco não se manifestou sobre o assunto.

O movimento mostra o interesse dos bancos livrarem-se de crédito ruim e ter mais espaço para novos empréstimos e se adequarem a padrões de capital definidos por reguladores.

Alguns gestores de fundos de créditos vencidos foram consultados sobre o negócio, disse a fonte, mas um prazo não chegou a ser fixado.

A Caixa quer ganhar a experiência necessária para limpar seu balanço de créditos de má qualidade, uma prática comum entre os bancos no Brasil, disse uma fonte.

"Do ponto de vista de um gestor, o negócio faz sentido para ambas as parte envolvidas. Por ora, prazos não foram definidos e ainda há divergências sobre vários aspectos do negócio, incluindo o valor das carteiras", disse outra fonte.

Três gestores que atuam no setor não confirmaram se estão participando do processo.

Em maio, o também estatal Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou plano similar, com o qual quer vender cerca de seis bilhões de reais em créditos vencidos.

Em dezembro de 2011, o Santander Brasil, maior banco estrangeiro no Brasil, leiloou 16 bilhões de reais em créditos ruins, até agora a maior transação do gênero no país.

A decisão da Caixa acontece após o banco ter entrado agressivamente na concessão de crédito para o varejo, sob orientação do governo federal, seu controlador.

A carteira de crédito da Caixa era de cerca de 520 bilhões de reais no final de março, quase o triplo do tamanho que tinha no fim de 2010.

O índice de inadimplência da Caixa, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, subiu a 2,6 por cento no primeiro trimestre, ante 2,3 por cento um ano antes.

No fim do primeiro trimestre, o montante de crédito problemático da Caixa, medido pelas operações classificadas como E até H, somava 25 bilhões de reais, ou 4,8 por cento dos financiamentos para serem liquidados.

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