Cade pede explicações ao Itaú Unibanco após Rede zerar taxa
Rede deixará de cobrar taxa para lojistas anteciparem pagamentos de compras com cartão de crédito à vista
Reuters
Publicado em 18 de abril de 2019 às 20h42.
São Paulo — O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) enviou nesta quinta-feira, 17, ao Itaú Unibanco um ofício pedindo explicações sobre o anúncio feito na véspera pela empresa de adquirência de cartões do grupo, a Rede, zerando a taxa sobre antecipação de recebíveis.
"Solicita-se que vossas senhorias expliquem a informação publicada no site do Itaú Unibanco e reproduzida na mídia de que o banco zerou a taxa de antecipação de recebíveis apenas para clientes da Rede", diz trecho do documento do órgão de defesa da concorrência, que define 3 de maio como prazo para uma resposta.
Vice-líder do mercado de adquirência no Brasil, a Rede anunciou na quarta-feira que não mais cobrará taxa para antecipar recebíveis de lojistas que receberem pagamentos de compras com cartão de crédito à vista em terminais da empresa. Os lojistas receberão os valores depositados em dois dias.
As condições valerão a partir de 2 de maio para empresas com faturamento de até R$ 30 milhões por ano.
Ações de empresas do setor que operam no país caíram forte nesta quinta-feira. A ação da Cielo, líder do setor, desabou 7,3%. Nos EUA, Stone recuou 23,7% PagSeguro perdeu 9,74%.
"A notícia é negativa para todos os adquirentes listados, Cielo, Stone e Pagseguro, em diferentes magnitudes, já que devem reagir ao movimento agressivo da Rede", destacou a equipe da XP Investimento em relatório a clientes.