Cade aprova compra do Playcenter pela Cacau Show. Veja quais são os planos da rede de chocolates
Cacau Show justificou que a aquisição faz parte da estratégia de expansão das atividades do grupo para outros mercados em que ainda não possuía atuação
Repórter de Negócios
Publicado em 17 de abril de 2024 às 11h23.
Última atualização em 17 de abril de 2024 às 14h03.
Foi aprovada a compra do Grupo Playcenter, de parques de diversões, pela Cacau Show, a maior rede de franquias do Brasil em número de lojas. A aquisição foi aceita pelaSuperintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o órgão que garante a livre concorrência no país.
No pedido, a Cacau Show justificou que a aquisição faz parte da estratégia de expansão das atividades para outros mercados em que ainda não possui atuação. No evento em que anunciaram a compra, em fevereiro, Alê Costa, dono da Cacau Show, falou que estava na hora da empresa apostar, além do cacau, também no show.
“Durante os nossos primeiros 35 anos de história, o cacau e o chocolate sempre estiveram presentes em nossa marca ", diz Alê Costa, dono da Cacau Show. " Agora, e nos próximos anos, chegou o momento de enfatizarmos ainda mais o nosso 'show', que vai além do nosso produto ”.
O valor da negociação não foi informado.
Quais são os próximos passos
A Cacau Show ainda mantém certo suspense sobre o que fará com a marca Playcenter. Hoje, o grupo de parque de diversões possui dois modelos de negócio em shoppings centers: os Playlands e o Playcenter Family.
A ideia, num primeiro momento, é que produtos e ativações da Cacau Show estejam à mostra nesses espaços. A empresa de chocolates deve adminsitrar, por exemplo, os quiosques de comidas desse lugar.
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Qual é o plano da Cacau Show no setor de parques de diversão
A Cacau Show está apostando cada vez mais na venda de experiências para agregar em seu faturamento. Recentemente, a empresa inaugurou uma montanha-russa dentro de uma de suas grandes lojas em Itapevi, na Grande São Paulo.
Além da montanha-russa, que chega a virar de ponta-cabeça, há um carrosel e um "trem-cinema", com cadeiras que se movem.
Somado a isso, foi divulgado recentemente que a Cacau Show construir um parque de 2 bilhões de reais em Itu, no interior de São Paulo. A informação é da Câmara de Vereadores da cidade. Segundo os vereadores, o parque temático vai ser instalado na Rodovia Castello Branco, entre os quilômetros 78 a 84,3 e deverá ser o maior da América Latina.
Recentemente, a empresa também comprou a fábrica da Chocolates Pan -- na ocasião, chegou a se especular que a empresa construiria um parque no local.
A aposta é reforçada agora com a aquisição do grupo Playcenter.
Qual a história do Playcenter
Um dos primeiros grandes parques de São Paulo, o Playcenter foi inaugurado em 1973, inspirado nas grandes operações de diversão dos Estados Unidos e da Europa. O responsável pela história do Playcenter é o engenheiro Marcelo Gutglas, que no final da década de 1960 trazia para o Brasil os fliperamas, inspirado por visitas a um parque de diversões em Nápoles, na Itália.
Do dia da sua inauguração, até o seu fechamento em 29 de julho de 2012, o parque contabilizou a visita de mais de 60 milhões de pessoas. Muitas delas iam de excursões que partiam de várias regiões, cidades vizinhas e até outros Estados.
No início de sua história, o mix de atrações era composto por atrações mais simples. Com o passar dos anos, as atrações tecnológicas foram chegando. O Playcenter chegou e ter grandes sucessos como:
- Monga
- Montanha Encantada
- Colossus
- Roda Panorâmica
- Maria Fumaça
- Sombras Mágicas
- “Castelo Mal Assombrado
- La Bamba
Um dos grandes eventos da empresa eram as “Noites do Terror”. Elas começaram em 1988 e se tornaram um grande sucesso, permanecendo no calendário fixo de eventos do Playcenter até o seu último ano de funcionamento.
A crise no parque começou em 1995. Naquele ano, um acidente num dos brinquedos sacudiu a reputação da empresa. Com isso, Gutglas vendeu parte das ações do parque para a GP Investimentos, que criou futuramente o Hopi Hari. Em 2002, Gutglas retomou o controle do Playcenter e iniciou uma reestruturação, que incluiu uma reforma completa no parque em 2005.
Em 2010, 15 pessoas ficaram feridas no acidente envolvendo dois carros da montanha-russa Looping Star. Em outro acidente, desta vez no Double Shock, algumas pessoas ficaram feridas em 2011.
Além disso, a localização também impactou no fim do parque. Inicialmente concebido em uma área industrial, sem muitos vizinhos, o Playcenter com o passar dos anos foi “engolido” pela cidade, que passou a não mais comportar um parque daquele porte em área urbana. O antigo terreno onde funcionou o Playcenter atualmente abriga prédios comerciais, um residencial, empresas e estacionamentos. Já alguns brinquedos foram parar em outros parques de diversão.
Hoje, a Playcenter tem outras operações de diversões, principalmente em shoppings centers com os nomes Playland.