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BTG põe seguradora à venda após recusa do mercado

A companhia, cujas operações estão hoje concentradas na Pan Seguros, chegou a liderar o segmento de seguro garantia no Brasil


	Ex-CEO e ex-controlador do BTG Pactual, André Esteves: banco enfrenta recusas após sua prisão
 (REUTERS/Denis Balibouse)

Ex-CEO e ex-controlador do BTG Pactual, André Esteves: banco enfrenta recusas após sua prisão (REUTERS/Denis Balibouse)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 12h40.

São Paulo - O BTG Pactual colocou sua seguradora à venda, na esteira do programa de desinvestimentos que acionou para captar recursos, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

A companhia, cujas operações estão hoje concentradas na Pan Seguros, chegou a liderar o segmento de seguro garantia no Brasil, foco de sua atuação, mas já enfrenta recusa de clientes e tem sido deixada de lado também por algumas corretoras de seguros, após a prisão de André Esteves no âmbito da Operação Lava Jato, conforme fontes de mercado.

Estaria à venda, porém, somente a operação de seguros do BTG Pactual que foi incorporada à Pan Seguros, controlada pelo banco em sociedade com a Caixa Econômica Federal.

A operação de resseguros, que inclui a resseguradora da instituição e a Ariel Re, baseada em Londres e Bermuda, e também a seguradora de vida e previdência não estariam no pacote, conforme fontes próximas ao banco.

O entendimento, conforme as mesmas fontes, é de que são negócios em linha com a atividade principal do BTG, embora sejam intrínsecos à atividade securitária. Ainda assim, segundo as mesmas fontes, o banco tem recebido e ouvido propostas de interessados na resseguradora.

Mas enquanto o BTG não encontra uma solução para a sua seguradora e resseguradora, a equipe destes braços da instituição já está se oferecendo para trabalhar em outros locais, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast.

Ao final de outubro, a seguradora do BTG, hoje concentrada na Pan, ultrapassou os R$ 300 milhões em prêmios de seguros, mais do que dobrando sua produção ante o mesmo período de 2014 e ultrapassando a líder do setor, a JMalucelli, pela primeira vez, segundo a consultoria Castiglione com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

No entanto, após alcançar o topo do ranking, começou a sofrer recusas por parte de clientes que, depois da prisão de Esteves, estão preferindo fechar negócios com outras seguradoras. Algumas corretoras já não estão mais sequer oferecendo cotação da Pan Seguros.

"É uma intervenção branca. Os clientes não falam que não querem nem nós falamos para não usarem, mas solicitam cotações de outras seguradoras e não as do BTG Pactual", conta um executivo de uma corretora de seguros.

Troca

A Pan Seguros também deixou de ser a principal emissora de seguro garantia da Bradesco Seguros. Em seu lugar, entrou, de acordo com fontes, a Swiss Re.

Executivo próximo ao BTG alega que a troca ocorreu pelo fato de a companhia ter atingido limite regulatório por conta da emissão de uma apólice de cerca de R$ 4 bilhões para a Petrobrás. Uma fonte do setor esclarece, porém, que ainda havia limite junto ao cliente, neste caso, a Bradesco Seguros. O que teria sido atingido era o teto junto à petroleira apenas.

Procurado, o BTG Pactual não comentou. A Swiss Re e a Caixa, sócia do BTG na Pan Seguros, não se manifestaram. A Bradesco Seguros informou que desconhece o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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