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BRF quer fazer aquisições fora do Brasil, diz presidente

Empresa creditou resultados do primeiro trimestre, principalmente, ao desempenho no mercado externo

BRF: empresa observa mais atentamente os países emergentes (Joel Rocha/EXAME.com)

BRF: empresa observa mais atentamente os países emergentes (Joel Rocha/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 19h47.

São Paulo – A BRF tem a intenção de fazer aquisições fora do país, segundo José Antonio do Prado Fay, diretor presidente da Brasil Foods. A idéia é levar materiais processados e fazer o acabamento fora do país. “Mas não estamos prestes a fechar nenhum negócio”, disse o executivo em reunião com jornalistas realizada hoje (13/5).

“Hoje temos uma base forte no Brasil, vamos continuar investindo, mas aquisições no está difícil para gente fazer”, disse o executivo. A empresa observa mais atentamente os países emergentes com ênfase na América Latina, África e Oriente Médio, áreas em que a empresa tem forte atuação. “Essa decisão não obrigatoriamente está ligada à decisão do CADE, mas facilitaria a vida (aquisições fora)”, disse Fay. 

 
Grãos
 
No primeiro trimestre, a empresa registrou um lucro líquido de 383 milhões de reais – 527% superior ao mesmo trimestre de 2010. Um grande agente na melhoria da performance nesse trimestre foi o mercado externo, segundo o executivo. 
 
Outro fator que influenciou positivamente foi a política de insumos. “Nossa posição de grãos nos ajudou a construir esse resultado, assim como nossa performance operacional”, disse. A empresa afirma que entrou o ano de 2010 com estoques altos, o que não ocorreu em 2011. 
 
Além dos estoques longos, a empresa está abatendo animais com grãos comprados até 2010. “Tomamos uma posição longa, que era mais ou menos clara, porque o preço de grãos estava baixo até a metade de 2010”, disse Fay. 
 
No segundo trimestre a pressão de custos será mais forte, uma vez que os estoques vão sendo repostos a preços mais altos. “O mercado está passando por um período de alta especulação, o que não é incomum para esse momento do ano. Se o Brasil tiver uma safra de inverno forte, podemos ter um arrefecimento nos custos depois”, disse Fay. Em março de 2010, a Sadia e Perdigão começaram a comprar juntas. 
 
A empresa relatou aumento de 50% em dois insumos importantes (milho e farelo de soja) nesse primeiro trimestre em comparação ao primeiro trimestre de 2010. Esses insumos representam entre 23% e 25% dos custos totais. 
 
A BRF registrou um crescimento médio de preços de 6,8% no mercado interno no primeiro trimestre em relação ao primeiro período de 2010. A porcentagem coincide com a inflação e está abaixo do crescimento de alguns insumos, como milho e farelo de soja, segundo a empresa. No exterior, o crescimento foi de 13,2%, em reais.
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