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BRF começa a reduzir produção futura de frangos, diz fonte

Com a quebra de ovos, a empresa reduz o volume de carne que chegará ao mercado nas próximas semanas

BRF: "A BRF ainda não parou (abates de frangos), mas por conta da cadeia, ela tem aves alojadas. Mas vai diminuir alojamento" (Paulo Whitaker/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de março de 2017 às 19h36.

Última atualização em 24 de março de 2017 às 12h51.

São Paulo - A BRF está quebrando ovos que eventualmente iriam gerar frangos para abate para reduzir sua produção futura, em meio aos problemas de mercado causados pela Operação Carne Fraca , da Polícia Federal, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Os ovos férteis são produzidos por matrizes em granjas próprias da empresa, chocados e os pintos com um dia de vida são entregues para granjas parceiras, onde são criados até o momento do abate, cerca de 40 dias depois.

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Com a quebra de ovos, a empresa reduz o volume de carne que chegará ao mercado nas próximas semanas.

"O único jeito de reduzir produção é quebrar os ovos, reduzindo alojamento (de pintos), aí reduz abate e reduz produção", disse a fonte, sob condição de anonimato.

A fonte não informou o volume de ovos que está sendo descartado.

A BRF disse, por meio da assessoria de imprensa, que "a informação não procede".

Nesta quinta-feira, a JBS, maior processadora de carnes do Brasil, informou que está reduzindo drasticamente o abate de bovinos em suas plantas no país nos próximos dias.

"A BRF ainda não parou (abates de frangos), mas por conta da cadeia, ela tem aves alojadas. Mas vai diminuir alojamento", disse a fonte.

Redução de produção

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), cerca de 20 por cento do mercado de exportação de carne de frango do país tem, no momento, algum tipo de bloqueio a aquisições do Brasil.

"A redução (de produção futura) já está acontecendo", disse à Reuters o vice-presidente de Mercados da ABPA, Ricardo Santin, acrescentando desconhecer qualquer movimento especificamente na BRF.

Ele disse, contudo, ter informações de empresas que estão antecipando o abate de galinhas matrizes, que são as geradoras dos ovos que posteriormente tornam-se aves para o abate.

As matrizes costumam ter uma vida produtiva de mais de oito meses, mas ao final do ciclo também são enviadas para o abate, o que está sendo antecipado em algumas empresas, disse Santin.

Ele disse que a ABPA ainda não tem um levantamento sobre o impacto desse movimento na produção de frangos no Brasil.

Na última sexta-feira, a PF mobilizou agentes para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários e dezenas de empresas, com as investigações apontando fraudes na fiscalização sanitária.

Desde então, importantes mercados consumidores de carne brasileira decidiram suspender a importação de produtos, incluindo China e Hong Kong.

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