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Braskem segue negociando nafta com Petrobras, diz Fadigas

"Temos uma equipe trabalhando em conjunto e existe um diálogo de excelente nível com a Petrobras", afirmou o presidente da petroquímica, Carlos Fadigas


	Braskem: empresa consome 10 milhões de toneladas de nafta, diz presidente
 (Miriam Fichtner/Braskem)

Braskem: empresa consome 10 milhões de toneladas de nafta, diz presidente (Miriam Fichtner/Braskem)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 15h38.

São Paulo - As negociações entre a Braskem e a Petrobras sobre o fornecimento de nafta continuam, e as empresas estão explorando todas as alternativas possíveis, segundo o presidente da petroquímica, Carlos Fadigas.

"Temos uma equipe trabalhando em conjunto e existe um diálogo de excelente nível com a Petrobras", afirmou o executivo em coletiva de imprensa.

Segundo ele, a empresa não pode dar mais detalhes, porque o contrato é confidencial.

A crise entre as partes surgiu porque a Petrobras pretende incluir no novo contrato de fornecimento de nafta com a Braskem um custo referente à importação desse insumo.

O presidente da Braskem afirmou que o setor petroquímico brasileiro foi criado para agregar valor ao petróleo brasileiro e a Petrobras "tinha e tem" capacidade de atender a demanda de nafta do setor petroquímico.

Segundo ele, a Braskem consome 10 milhões de toneladas de nafta, dos quais a Petrobras fornece 7 milhões de toneladas.

A Braskem importa os 3 milhões restantes. "Sempre tivemos a expectativa de fechar este gap, até porque a produção de petróleo da Petrobras cresce e a demanda de nafta não aumenta desde 1999", disse.

Na visão do executivo, seria importante e oportuno para o setor petroquímico brasileiro ter acesso a custos menores de nafta no atual momento de concorrência com o gás de xisto, insumo produzido nos Estados Unidos.

"Ao invés de subir, deveríamos ter preços melhores", afirmou.

Fadigas disse esperar que as negociações com a Petrobras sejam concluídas antes do fim do contrato atual.

"Espero trabalhar a questão da nafta antes do término do contrato atual. Tenho que trabalhar para isso", disse.

O contrato venceu em fevereiro, mas foi firmado um aditivo de prorrogação que vence neste mês de agosto, segundo fontes.

Gás de Xisto

A Braskem informou ainda que assinou um pré-contrato com a Range Resources para a compra de gás nos Estados Unidos.

O objetivo é abastecer o Projeto Ascent, na região de West Virginia, parceria entre Braskem e Odebrecht que está em fase de estudo de viabilidade econômica.

Segundo Fadigas, este contrato somado ao acordo já firmado com a Antero Resources, atende a 50% da demanda de gás do projeto.

"Temos aí mais da metade de que o projeto precisa de matéria-prima", disse. A outra metade do fornecimento está sendo negociada pela Braskem.

Argentina

Ainda de acordo com Fadigas, o recente agravamento da crise na Argentina não afeta o interesse da Braskem na aquisição da Solvay Indupa, anunciada em dezembro do ano passado.

"O plano não mudou porque a perspectiva é de longo prazo e o mercado argentino é importante para a Braskem. Vendemos para o país há mais de 20 anos", afirmou ele.

Segundo o executivo, a companhia continua trabalhando para obter a aprovação da aquisição no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O órgão tem até dezembro deste ano para avaliar o caso, disse.

Em junho, a superintendência do Cade recomendou ao Tribunal do órgão a impugnação do ato de concentração entre a Braskem e a Solvay Argentina.

A Comissão de Valores Mobiliários da Argentina também está avaliando a proposta. Colaborou André Magnabosco

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