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Brasileiros da Inbev enfrentam greve na Bélgica

Manifestação é um protesto dos trabalhadores contra a nova gestão, dominada pelos brasileiros oriundos da Ambev

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Está quente o clima na belga Inbev, a maior cervejaria do mundo e controladora da brasileira Ambev. Na próxima terça-feira, 28 de março, os trabalhadores da cervejaria prometem fazer uma greve de 24 horas. Nesse período, fábricas e centros de distribuição localizados na região de Leuven, sede da companhia, dever ficar fechados. O movimento, organizado por quatro centrais sindicais européias - Effat, CSC, FGTB e CGSLB - é uma resposta às mudanças na gestão implementadas pelo time de executivos brasileiros que hoje está à frente da cervejaria. Segundo os sindicalistas, desde junho de 2005, quando os executivos brasileiros começaram a ocupar os postos mais altos na matriz, mais de 500 trabalhadores foram demitidos. Hoje, mais de 30 cargos-chave da empresa são ocupados por brasileiros. O maior avanço aconteceu em janeiro, quando o carioca Carlos Brito assumiu o posto de CEO mundial da cervejaria. A expectativa dos organizadores é de que pelo menos 1 000 trabalhadores participem deste movimento - o maior já organizado desde que os brasileiros chegaram ao poder.

Os primeiros sinais de incompatibilidade entre o estilo de administração da Ambev - marcado pela meritocracia e pela busca obsessiva por resultados - e a cultura da Inbev - uma empresa que até pouco tempo atrás era comandada por famílias aristocráticas, que costumavam regar suas reuniões do conselho de administração com champanhe - começaram a aparecer em meados do ano passado. Logo que chegaram à Bélgica, os brasileiros implementaram um forte programa de corte de custos. Regalias como viagens de avião em primeira classe e hotéis cinco estrelas foram abolidas. Produtividade e rentabilidade passaram a ser tratados como assuntos prioritários - desde a alta administração até o chão de fábrica. "Temos medo de onde isso pode chegar", afirma um sindicalista, que prefere se manter no anonimato. "O pior é que a empresa se recusa a dizer até onde irão os cortes."

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O que diz a Inbev

Procurada por EXAME, a empresa afirmou que, na Europa, está enfrentando um ambiente de mudanças altamente exigente. "Nesse contexto, é nossa responsabilidade avaliar continuamente nossas atividades de modo a melhorar nossa eficiência operacional e de refletir o que está acontecendo com a nossa indústria", diz nota da Inbev.

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