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Brasileira investe R$ 14 mi para elevar produção de insumos farmacêuticos

Entre os produtos fabricados pela Globe Química em Campinas estão sedativos para dor, amplamente usados no tratamento de pacientes graves da covid-19

Antonio Carlos Teixeira, presidente da Globe Química: vai faltar insumo no mundo (Globe Química/Divulgação)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 22h58.

A Globe Química, farmoquímica nacional voltada para a produção de insumos para a indústria farmacêutica , acaba de anunciar um investimento de 14 milhões de reais para expandir a capacidade produtiva de sua fábrica em Campinas, no interior de São Paulo. Entre os produtos fabricados pela companhia estão sedativos para dor, que têm sido muito demandados no tratamento de pacientes graves de covid-19 e que necessitam de intubação.

"Novas dinâmicas do mercado internacional em razão da covid-19 nos permitem investir e dobrar nossa capacidade de produção, porque é provável que vai faltar insumo no mundo", afirmaAntonio Carlos Teixeira, presidente da Globe Química, em entrevista exclusiva à EXAME.

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A Globe produz insumos para medicamentos que tratam cardiopatias, Aids, reguladores de pressão, entre outros.Além do investimento na ampliação da unidade fabril, a companhia adquiriu recentemente a Alpha BR, empresa criada no centro de inovação da USP (Cietec), que se dedica à pesquisa de fármacos de alto valor agregado para a produção de medicamentos.

"A aquisição permitirá que a Globe agregue novos produtos ao portfólio e proporcionará acesso a pesquisadores e laboratórios de ponta", garante o executivo.

Ele explica que o lockdown do início da pandemia restringiu o comércio internacional de insumos farmacêuticos, fábricas permaneceram fechadas e ofrete aéreo ficou mais caro, o que reforçoua oportunidade para a empresa investir em aumento de capacidade de produção.

O movimento é raro porque ao longo das décadas a produção nacional de insumos farmacêuticos vem caindo. Segundo Teixeira, desde o final da década de 1980, de todo medicamento consumido no Brasil, 55% dos princípios ativos eram produzidos em território nacional. Hoje, são apenas 10%.

Mesmo em um cenário pouco favorável para produção local, a Globe pretende elevar a capacidade da fábrica de Campinas. "A maior parte do nosso desenvolvimento de produtos é cara e de longo prazo, de mais de dois anos com inúmeros testes, mas nós temos plena condição até de verticalizar a produção de alguns itens."

A Globe está discutindo voltar a fabricar antibióticos e oncológicos em um movimento que aconteceu após a pandemia, com o aumento da procura por medicamentos no mercado doméstico em decorrência da covid-19.

Para 2020, a empresa projeta faturamento 40% superior ao ano passado, em parte devido às encomendas governamentais, que foram mantidas mesmo na pandemia.

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