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Brasil Supply investe R$ 600 mi em embarcações até 2015

Até agora, todos os contratos têm como cliente a Petrobras, que deve direcionar a maior parte dos navios para a exploração do pré-sal


	Embarcação petrolífera: para cumprir o planejado, a Brasil Supply conta com um aporte de 20% do valor de investimento concedido pelos acionistas
 (Agência Petrobras)

Embarcação petrolífera: para cumprir o planejado, a Brasil Supply conta com um aporte de 20% do valor de investimento concedido pelos acionistas (Agência Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 16h33.

Rio - De olho no potencial do pré-sal, a Brasil Supply vai investir R$ 600 milhões até 2015 na construção de 17 embarcações de apoio à exploração de petróleo. Até agora, todos os contratos têm como cliente a Petrobras, que deve direcionar a maior parte dos navios para a exploração do pré-sal.

Até 2017, a meta é entregar outras 13 embarcações. Para isso, a empresa mantém contato com companhias que se inscreveram para o leilão da área de Libra, na Bacia de Santos, marcado para 21 de outubro, diz o presidente da companhia, José Ricardo Roriz.

Ainda que não especifique com quais empresas a Brasil Supply conversa, Roriz ressalta que há espaço para expandir os negócios no mercado offshore independentemente de quem seja o vencedor do leilão. "Hoje existe um déficit desse tipo de embarcação. O que não falta é demanda. Essa é uma preocupação que não tenho", afirma. Três das 17 embarcações já foram entregues, e a quarta, chamada BS Maresias, será batizada na Ilha Fiscal, no Rio, no dia 10.

Os barcos vão ficar principalmente na área do pré-sal, na faixa entre Santa Catarina e Espírito Santo, transportando cargas e tripulantes entre as bases de apoio e as plataformas de petróleo e gás. Mas há três embarcações no Nordeste, atendendo campos produtores no Ceará e Rio Grande do Norte.

Roriz disse ainda que a Petrobras poderá redirecionar os navios para outras áreas de exploração, conforme a necessidade. No Nordeste, o Plano de Negócios 2013-2017 da estatal prevê um projeto de desenvolvimento da Bacia Sergipe-Alagoas, cujo potencial exploratório foi destacado pela companhia em nota divulgada na semana passada.

Para cumprir o planejado, a Brasil Supply conta com um aporte de 20% do valor de investimento concedido pelos acionistas - Cotia Trading, Petrobras Distribuidora, Grupo Suzano e Grupo Gerhardt Santos.


O restante é financiado com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), cujos repasses são feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Banco do Brasil e Banco da Amazônia (Basa). Até agora, segundo Roriz, já foram desembolsados pelo menos R$ 150 milhões (entre 30% e 35% do montante aprovado).

Estaleiros

A construção das embarcações está concentrada em estaleiros do Rio de Janeiro e de São Paulo e o tempo de fabricação dos primeiros navios ficou em torno de 20 meses. Ainda restam 13 embarcações, com conclusão prevista para os próximos 27 meses. Roriz comenta que, a partir de agora, a formação de uma linha de montagem fará com que o processo seja mais ágil, permitindo o cumprimento do prazo. "Devemos entregar uma a cada três ou quatro meses", prevê.

O único risco de atraso fica por conta da estrutura dos estaleiros e da velocidade de fabricação. "A indústria dos estaleiros estava morta aqui no Brasil. De uma hora para outra, houve aumento na demanda. Os estaleiros não estavam prontos para isso. Estão sobrecarregados", observa o executivo. A maior preocupação decorrente desse percalço é atrasar os pedidos e, com isso, atrapalhar os investimentos da Petrobras. A estatal é a única contratante no momento, e a licitação vencida pela Brasil Supply tem duração de oito anos (prorrogáveis por mais oito).

Hoje, a demanda nacional por barcos de apoio à atividade offshore é atendida principalmente por empresas norueguesas, inglesas e americanas, diz o presidente da Brasil Supply. A empresa trabalha para disputar esse mercado e também na busca de soluções de logística e fornecimento de fluidos de perfuração e completação de poços de petróleo.

A principal planta da empresa fica em Angra dos Reis (RJ), em um ponto considerado estratégico por Roriz em função da proximidade à Bacia de Santos. "Com novos investimentos no pré-sal, nossa área de fluidos deve tomar um impulso grande nos próximos anos".

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