Negócios

Brasil Foods construirá aviário no Haiti com Prêmio Nobel

O economista Mohammed Yunus, premiado em 2006 com o Nobel da Paz, e a multinacional BRF promoverão um projeto para desenvolver a indústria avícola no Haiti


	Os lucros da iniciativa não irão para a BRF e serão destinados ao desenvolvimento da cadeia produtiva do Haiti para que a população tenha uma alimentação de melhor qualidade (Divulgação)

Os lucros da iniciativa não irão para a BRF e serão destinados ao desenvolvimento da cadeia produtiva do Haiti para que a população tenha uma alimentação de melhor qualidade (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2013 às 22h59.

São Paulo - O economista Mohammed Yunus, premiado em 2006 com o Nobel da Paz, e a multinacional Brasil Foods (BRF) promoverão um projeto para desenvolver a indústria avícola no Haiti, anunciou nesta terça-feira em São Paulo o chamado "banqueiro dos pobres".

"Muitas empresas mostraram interesse, no passado, em fazer parceiras, mas até o momento nenhuma se concretizou. A BRF foi a primeira que fez mais rápido e por isso hoje eu estou aqui", declarou Yunus durante a conferência "Negócios Sociais e o Investimento Corporativo Social".

Segundo Yunus, "empresas e pessoas podem investir em boas ideias que possam solucionar problemas e, com boas ideias, nós vamos atrás do dinheiro para financiá-las".

O Grameen Bank, primeiro banco do mundo especializado em pequenos créditos com o objetivo de erradicar a pobreza, atuará no Haiti através de sua fundação Yunus Social Business e, junto com a gigante brasileira de produção de alimentos industrializados, construirão um complexo para criar e abater aves.

O vice-presidente para Assuntos Corporativos da BRF, Wilson Mello, assinalou que o estudo de viabilidade do projeto identificou o potencial para promover a cadeia produtiva avícola na nação caribenha, devastada em 2010 por um terremoto e que na década passada viveu um grave conflito sociopolítico interno.

Mello indicou que os estudos incluíram trabalhos no campo e nas processadoras urbanas, além de pesquisas sobre genética animal e tecnologia de alimentos para as aves.

O investimento inicial do projeto, cujo montante não foi informado, estará a cargo da BRF e o desenvolvimento do mesmo correrá por conta de uma "joint venture" junto ao Grameen Bank.

Os lucros da iniciativa não irão para a BRF e serão destinados ao desenvolvimento da cadeia produtiva do país para que a população haitiana tenha uma alimentação de melhor qualidade, detalhou Mello.


Na próxima semana, representantes da indústria avícola haitiana visitarão grandes projetos do setor no estado de Santa Catarina e em junho especialistas brasileiros viajarão ao Haiti para uma reunião com produtores locais.

Na sua visita ao Brasil, Yunus propôs um "reality show" com beneficiados dos programas de assistência social do governo que queiram deixar de receber esses subsídios e começar seus próprios projetos econômicos.

"Não temos que retirar as pessoas do Bolsa Família, mas dar subsídios para elas saírem por sua conta, e isso tornaria o Brasil um líder para o mundo em todo o processo de vencer a pobreza", comentou.

Yunus promove no Brasil estratégias de negócios com impacto social, em encontros e conferências promovidos pelo Instituto BRF, braço social da companhia alimentícia, e pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). 

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAlimentos processadosBRFCarnes e derivadosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasHaitiNobelPrêmio NobelSadia

Mais de Negócios

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões