Bradesco: despesas operacionais crescem 2,4% em 1 ano e somam R$ 10,099 bi
O banco explica que o crescimento veio do maior volume de negócios e serviços e maiores despesas com propaganda e publicidade
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 15h07.
São Paulo - As despesas operacionais do Bradesco totalizaram R$ 10,099 bilhões no terceiro trimestre, cifra 2,4% maior em um ano, quando estava em R$ 9,863 bilhões. No comparativo trimestral, a alta foi de 1,8%.
De janeiro a setembro, as despesas operacionais do Bradesco tiveram incremento de 0,9% ante um ano, totalizando R$ 29,658 bilhões. A instituição projeta que essa linha apresente queda de até 2% e, no máximo, aumento de 2% neste ano. Na última conversa com a imprensa, executivos do banco sinalizaram que esperavam que o indicador ficasse mais próximo do piso do intervalo indicativo.
No terceiro trimestre, as despesas de pessoal foram a R$ 5,006 bilhões, aumento de 3,6% em um ano e de 1,6% no comparativo trimestral. Segundo o Bradesco, a elevação em ambas as comparações reflete os efeitos do acordo coletivo de 2018/2019, cujo reajuste para este ano foi de 5% e maiores despesas com participação nos lucros e resultados dos funcionários, em decorrência da evolução do lucro líquido no período.
Já as despesas administrativas do banco totalizaram R$ 5,093 bilhões de julho a setembro, aumento de 1,3% em um ano e de 2,0% em relação aos três meses anteriores. O Bradesco explica que o crescimento veio do maior volume de negócios e serviços e maiores despesas com propaganda e publicidade.
Ao fim de setembro, o banco somava 75,804 mil pontos de atendimento, diminuição de 990 unidades ante junho. Em um ano, foram acrescentados 2,595 mil pontos. Do total, as agências físicas eram 4,652 mil, redução de 48 unidades. Em um ano, o banco fechou 193 agências.
O quadro de funcionários do Bradesco contava com 98,159 mil colaboradores ao fim de setembro, um aumento de 476 pessoas ante junho. Em um ano, o banco desligou 2,529 mil funcionários.
Receita de prestação de serviços
As receitas de prestação de serviços do Bradesco apresentaram incremento de 3,2% no terceiro trimestre ante um ano, totalizando R$ 8,072 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, caíram 0,6%.
"O bom desempenho no comparativo anual nas receitas de prestação de serviços foi observado na maioria das linhas, com destaque para as receitas com conta corrente, cartões, administração de fundos, consórcios e arrecadações", explica o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
O banco informa ainda que a performance está relacionada ao aumento do volume de operações, refletindo a maior oferta de produtos e serviços aos clientes e ganhos de sinergia advindos da aquisição do HSBC Brasil.
No acumulado do ano até setembro, as receitas de prestação de serviços do Bradesco alcançaram R$ 24,022 bilhões, elevação de 5,6% ante um ano, de R$ 22,748 bilhões. Para 2018, a expectativa da instituição é de aumento de 4% a 8%.
Margem financeira
A margem financeira total do Bradesco alcançou R$ 15,749 bilhões de julho a setembro, montante 2,5% maior que há um ano, de R$ 15,361 bilhões. Ante os três meses anteriores, cresceu 4,4% sobre R$ 15,084 bilhões.
Do total, A. Ante o segundo, foi R$ 604 milhões mais alta.
"A evolução da margem financeira de juros apresentada nos trimestres se deve ao aumento da margem de intermediação de crédito, reflexo do crescimento do volume médio nos negócios e dos incrementos obtidos com as margens na gestão das posições proprietárias de ativos/passivos (ALM) e seguros, devido a maior eficiência na gestão de ativos e passivos", esclarece o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Como resultado, a taxa média anualizada da margem financeira total do banco ficou em 6,3% no terceiro trimestre ante 6,2% no segundo. Em um ano, estava em 6,6%.
O spread bruto do banco foi a 11,3% no fim de setembro ante 11,4% em junho e 11,9% em um ano. No conceito líquido, foi a 7,5% contra 7,3% e 6,9%, nesta ordem.
A fatia da margem financeira não relacionada a juros do Bradesco, que compreende basicamente as operações da tesouraria, somou R$ 166 milhões de julho a setembro, revertendo o resultado negativo há um ano, de R$ 75 milhões.Ante os três meses anteriores, houve crescimento de R$ 61 milhões.
Inadimplência
O índice de inadimplência do Bradesco, considerando atrasos acima de 90 dias, foi a 3,63% ao fim de setembro, melhora de 0,29 ponto porcentual na comparação com junho, de 3,92%. Em um ano, quando o indicador estava em 4,8%, a queda chegou a 1,17%.
Trata-se do sexto trimestre consecutivo, no qual a inadimplência apresentou redução. De acordo com o Bradesco, o indicador reflete a melhor qualidade das novas safras e os ajustes nos processos de concessão e recuperação de crédito.
O banco informa ainda que todos os segmentos tiveram melhora desde o início de 2018, com destaque para micro, pequenas e médias empresas e de pessoas físicas, que foi beneficiado também pela alteração do mix da carteira de crédito. "Desde o pico da inadimplência em março de 2017, o índice total apresenta redução de 2,0 p.p..", acrescenta a instituição, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Na micro, pequena e média empresa, a inadimplência acima de 90 dias foi a 4,46% no terceiro trimestre ante 5,20% no segundo. Em grandes empresas, o indicador ficou em 1,47% contra 1,68%, nesta ordem. A inadimplência da pessoa física foi a 4,66% ao final de setembro contra 4,81% em junho.
O índice de calote do Bradesco de curto prazo, que considera atrasos entre 15 e 90 dias, encerrou setembro em 3,89% contra 3,99% em junho. Há um ano, estava em 4,3%. Do lado pessoa jurídica, houve melhora tanto nos pequenos quanto nos grandes grupos. Na pessoa física, houve piora, com o indicador indo a 5,22% no terceiro ante 5,19% no segundo.
Provisões
As despesas com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Bradesco - no conceito expandido, que considera receitas com recuperação e também o impairment de ativos financeiros - totalizaram R$ 3,512 bilhões no terceiro trimestre, cifra 23,3% menor que a vista um ano antes, de R$ 4,579 bilhões. Ante os três meses anteriores, de R$ 3,437 bilhões, aumentou 2,2%.
Segundo o banco, a alta no trimestre reflete maior constituição de impairment de ativos financeiros. "No comparativo com o anual, a forte redução da despesa de PDD expandida está relacionada à melhora da qualidade da carteira de crédito e menores despesas com impairment de ativos financeiros", acrescenta a instituição.
No acumulado do ano até setembro, as despesas com PDDs do Bradesco somaram R$ 15,239 bilhões, redução de 28,9% ante o mesmo intervalo de 2017, de R$ 10,841 bilhões.
O saldo de PDDs do banco alcançou R$ 35,237 bilhões no terceiro trimestre, estável ante o segundo, quando totalizou R$ 35,240 bilhões, e 3,6% menor do que há um ano, quando era de R$ 36,557 bilhões.
Índice de Basileia
O índice de Basileia do Bradesco, que mede o quanto um banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi a 16,8% no terceiro trimestre, melhora de 1,9 ponto porcentual em relação ao segundo, quando estava em 14,9%. Há um ano, o indicador era de 17,7%.
O capital de nível 1 da instituição, ou seja, de melhor qualidade, foi a 12,2% ao fim de setembro, melhorando em relação a junho, quando estava em 11,4%. Em um ano, era de 13,4%. Já o de nível 2 foi a 4,5% contra 3,5% e 4,3%, nesta ordem.
"A melhora do índice de capital nível I está relacionada a boa geração interna de capital (lucro líquido), que continua com contribuição relevante para o indicador, e pelos efeitos da resolução nº 4.680/18", explica o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Sobre o nível 2, o banco destaca que o aumento reflete as dívidas subordinadas autorizadas pelo Banco Central, em setembro de 2018, no valor de aproximadamente R$ 7 bilhões.
Já o capital principal, isto é, próprio dos acionistas, ficou em 11,4% no terceiro trimestre, acima do segundo, de 10,6%. Abaixo, contudo, do visto em um ano, de 12,5%. "Considerando as emissões de dívidas subordinadas perpétuas que se encontram em aprovação pelo Banco Central, no montante de R$ 1,7 bilhão, realizadas em setembro e outubro de 2018, o índice de capital nível I seria de 12,5%", informa o Bradesco.