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BR, Ipiranga e Raízen são investigados por suposta formação de quadrilha

Três maiores distribuidoras de combustíveis do país são investigadas por suspeita de controle dos preços finais dos combustíveis

Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta terça-feira operação para prender gerentes e assessores comerciais das distribuidoras de combustíveis BR, Ipiranga e Raízen (Divulgação/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 31 de julho de 2018 às 08h55.

Última atualização em 31 de julho de 2018 às 11h40.

Rio de Janeiro - A Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta terça-feira operação para prender gerentes e assessores comerciais das distribuidoras de combustíveis BR, Raízen e Ipiranga, as três maiores do país, por suspeita de formarem uma quadrilha para controlar o preço final dos combustíveis nas bombas dos postos, informou a polícia paranaense.

Foram expedidos pela Justiça 8 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão, tendo entre os alvos as sedes administrativas das distribuidoras suspeitas de envolvimento na capital paranaense, acrescentou a polícia.

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"A suspeita é que estas distribuidoras controlam de forma indevida e criminosa o preço final dos combustíveis nas bombas dos postos de gasolina com bandeira das distribuidoras, restringindo assim o mercado...", disse a Polícia Civil em nota oficial.

As três distribuidoras, que detêm juntas quase dois terços do mercado de diesel do Brasil e mais de 60 por cento do de gasolina, impediriam a "livre concorrência" no Paraná, segundo os investigadores.

A BR Distribuidora é controlada pela Petrobras, a Raízen é uma joint venture entre Cosan e Shell, enquanto a Ipiranga pertence ao grupo Ultrapar. As ações das empresas listadas na B3 operavam em queda acentuada nesta terça-feira.

A operação foi deflagrada após mais de um ano de investigação da Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil e da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, um órgão do Ministério Público do Paraná.

Segundo os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), BR, Raízen e Ipiranga somaram juntas 72 por cento do mercado brasileiro de distribuição de diesel --combustível mais consumido do país-- e 63 por cento do mercado de gasolina no primeiro trimestre.

A BR, maior distribuidora do país, representou 31,07 por cento do mercado de venda de diesel no Brasil e 23,63 por cento do mercado de gasolina no período. Já a Raízen ficou com 21,1 por cento do mercado de diesel e 20,44 por cento do mercado de gasolina, enquanto a Ipiranga deteve 19,75 por cento mercado de diesel e 19,07 por cento de gasolina.

Procurada pela Reuters, a Raízen disse que acompanha o desdobramento da operação policial e está à disposição das autoridades responsáveis para esclarecimentos, e acrescentou que os preços nos postos de combustíveis são definidos exclusivamente pelo revendedor, sem qualquer ingerência.

"A empresa opera em total conformidade com a legislação vigente e atua sempre de forma competitiva, em respeito ao consumidor e a favor da livre concorrência", afirmou.

A BR Distribuidora disse em nota que pauta sua atuação pelas "melhores práticas comerciais, concorrenciais, a ética e o respeito ao consumidor", e exige o mesmo comportamento de seus parceiros e força de trabalho.

A Ipiranga não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

As ações da Ultrapar, Cosan e BR caíam fortemente na bolsa de São Paulo na manhã desta terça-feira após a deflagração da operação pela Polícia Civil do Paraná.

Às 11h30, os papéis da Ultrapar, dona da Ipiranga, recuavam 4,27 por cento, e as ações da Cosan perdiam 3,35 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, que caía 1,3 por cento. A BR, que não está no índice, perdia 4,7 por cento.

Os suspeitos responderão pelos crimes de abuso de poder econômico e organização criminosa, com penas que variam de 2 a 13 anos de prisão, acrescentou a Polícia Civil.

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