Marca quer estimular o uso diário dos produtos (O Boticário/Divulgação)
O Boticário está fazendo a sua primeira imersão na indústria de protetores solares com a criação da Boti.Sun, marca que chega com quatro produtos, dois de proteção facial e dois de proteção corporal.
A movimentação marca a entrada da empresa em um mercado que movimentou R$ 3,5 bilhões em 2021, segundo dados da consultoria Euromonitor, e a disposição para competir com gigantes.
Sundown (20,3%), da Johnson & Johnson, Nivea Sun (14,3%), da Beiersdorf, e La Roche-Posay (13,7%), da L’Oréal, Episol (6%), da Hypera, e Neutrogena (5,6%), também da Johnson & Johnson, concentram 60% do segmento.
Para encarar a disputa, a empresa criou linhas de produtos que têm como principal diferencial atender a todas as tonalidades de pele.
“Temos muito orgulho de lançar um portfólio com formulação de acabamento 100% invisível, que não esbranquiça a pele negra, conta com toque seco e controla a oleosidade”, afirma Paulo Roseiro, diretor executivo de categorias Beauty do Grupo Boticário e responsável por liderar o projeto.
Esse, inclusive, é o argumento central da marca para estimular o uso diário dos protetores, algo que hoje não faz parte do cotidiano da maioria dos brasileiros. A prática é usar em datas e ocasiões mais sazonais, como no verão e na praia.
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de 2019, revelou que apenas 23% dos brasileiros utilizam o protetor da maneira recomendada pelos médicos, diariamente e independentemente da estação do ano.
Comportamento que, segundo Roseiro, está “intimamente” associado à falta de identificação com os produtos que estão nas prateleiras atualmente.
“Com uma população majoritariamente negra ou parda, os produtos disponíveis no mercado acabam, muitas vezes, deixando um resíduo esbranquiçado que altera o tom da pele ou contam com uma textura que dificulta o ato de passar o protetor solar”, diz.
A pesquisa Afroconsumo, divulgada ao fim de 2021 pela NielsenIQ, revelou que apenas 4 empresas entre as 110 fabricantes de protetores solares no Brasil tinham produtos para a pela negra.
Para desenvolver os produtos, que apresentam soluções que lidam com a oleosidade e o fotoenvelhecimento da pele, a empresa levou 30 meses, período tempo que contabiliza desde a conceituação até o lançamento nesta quinta-feira, 13. O período é mais do que o dobro visto na indústria de cosméticos, que fica entre nove e 12 meses.
A explicação, de acordo com o profissional, é de que foi um projeto mais longo em conceituação e que demandou mais tempo para a análise dos tipos de peles dos brasileiros.
Os preços da Boti.Sun devem ficar entre R$ 54,90 e R$ 89,90, mas terão cerca de 30% na fase de lançamento, de acordo com a empresa. Os produtos poderão ser encontrados em todos os canais oficiais do Boticário.
Para comunicar os atributos dos itens e estimular o uso diário dos protetores, a marca coloca no ar uma campanha publicitária a partir desta quinta. A ação também contará com o apoio de especialistas e criadores de conteúdo incentivando novos hábitos.
A empresa não abriu os valores investidos na criação da nova marca.
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