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Bosch estuda invasão ao domínio da Google com aquisições

O investimento em dispositivos conectados se torna mais importante conforme cresce a sobreposição entre a tecnologia e as indústrias de hardware mecânico


	Laboratório da Bosch em Campinas (SP): sensores de portas que ajudam a regular a temperatura ambiente são apenas o começo
 (Alexandre Battibulgi/EXAME.com)

Laboratório da Bosch em Campinas (SP): sensores de portas que ajudam a regular a temperatura ambiente são apenas o começo (Alexandre Battibulgi/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 15h06.

A Robert Bosch GmbH, maior fabricante de autopeças do mundo e produtora de máquinas de lavar louça e componentes de dispositivos médicos, está estudando incursões no mundo da Google Inc. com possíveis aquisições.

A tecnologia da Bosch, como sensores de portas que ajudam a regular a temperatura ambiente ou redes de controle de empresas de serviços públicos em Mônaco, são apenas o começo, em um momento em que aumenta a sobreposição entre a tecnologia da informação e as indústrias de hardware mecânico, disse o CEO Volkmar Denner, 57, em uma entrevista.

“Não se trata mais de uma pergunta sobre se as coisas interconectadas estão chegando”, disse Denner, na sede da empresa, próximo a Stuttgart, Alemanha. “Isso é um fato e nós queremos ser os players dominantes”.

Os itens domésticos habilitados para a web e equipamentos industriais para controles remotos, monitoramento ou comunicações -- área chamada de Internet de Coisas -- podem gerar US$ 8,9 trilhões em receitas com produtos e serviços até 2020, quase o dobro dos US$ 4,8 trilhões do mercado em 2012, segundo a empresa de pesquisa IDC.

A General Electric Co. e a International Business Machines Corp. estão entre cinco empresas de alta tecnologia que fundaram o Consórcio Industrial de Internet em março para estabelecer padrões técnicos para o setor.

“Não é um mercado adequado ainda, mas isso virá”, disse Manuel Backhaus, sócio-gerente em Dusseldorf, Alemanha, da empresa de consultoria AlixPartners. “Muitos fabricantes ainda são muito relutantes a respeito da implementação concreta por causa dos possíveis riscos para sua cadeia logística”.


Termostatos do Google

O setor teve um estímulo em fevereiro com a aquisição, pela Google, da fabricante de termostatos digitais Nest Labs Inc. por US$ 3,2 bilhões, uma transação que ajudou a elevar as ações de fabricantes concorrentes de redes, como Control4 Corp., SilverSpring Networks Inc. e Echelon Corp. 

Embora o Android, da Google, esteja se tornando o sistema operacional padrão fora dos mercados de telefones e computadores, a aquisição da Nest aumentou a concorrência com a Apple Inc., fabricante do iPhone, na produção de dispositivos conectados.

“Empresas como a Google reconheceram que precisam fazer parte das coisas, mas nós já estamos lá”, disse Denner, da Bosch. “Não é certeza que uma empresa de TI ganhará a corrida” de desenvolvimento de conectividade de produtos.

A demanda em toda a indústria por sensores e softwares inteligentes pode subir exponencialmente em um momento em que “muitas empresas na Europa nem mesmo começaram a pensar a respeito do que isso significa para elas”, disse Nick Jones, analista da empresa de consultoria Gartner Inc., por telefone.

“A informação que você pode coletar com dispositivos inteligentes será um elemento fundamental. Ela levará a novos tipos de produtos e serviços”.


Entre as empresas focadas no on-line estão a Bosch Healthcare, especializada em monitoramento remoto de pacientes médicos em suas residências, e a Bosch Connected Devices Solutions GmbH, uma unidade criada no ano passado que fornece eletrônicos e softwares compactos para uso residencial e em transporte e logística.

A Bosch tem os recursos para aquisições para somar tecnologia, com um montante em caixa no final de 2012 de 12,6 bilhões de euros (US$ 17,3 bilhões). A empresa, que gerou 46,4 bilhões de euros em receita no ano passado, deverá divulgar os números completos de 2013 no fim de abril. A Bosch está mirando um aumento de lucro em 2014 após se desfazer de operações com energia solar.

Denner, que passou duas décadas em cargos de desenvolvimento na Bosch antes de se tornar CEO, em 2012, disse várias vezes a colegas engenheiros que todos os produtos eletrônicos que a empresa fabrica precisarão ser feitos para a internet.

Além de estabelecer a Bosch Connected Devices, ele criou equipes interdivisionais que reportam ao conselho de gestão e foram criadas para agir como start-ups internas.

“Estamos olhando todos os alvos potenciais, mas eu também sou um grande entusiasta de desenvolver as coisas internamente”, disse Denner.

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