A fabricante canadense de aviões Bombardier anunciou nesta sexta-feira (8/10) que reduzirá a produção de seu jato regional CRJ200. A medida acarretará a demissão de 2 000 funcionários, o equivalente a 7% de sua força de trabalho. "Devido às dificuldades financeiras de muitos de nossos clientes, temos que ser prudentes e administrar as taxas de produção e o cronograma de entregas", afirmou Pierre Beaudoin, presidente da divisão aeronáutica da Bombardier.

Com os cortes, a empresa reduziu a previsão de entrega de jatos CRJ200 para este ano. A expectativa inicial era entregar 98 aparelhos, mas o número foi rebaixado para 68. A Bombardier já avisou que o corte de pessoal pode ser ainda mais profundo. Caso a Delta Air Lines, que luta para escapar da falência, não tiver condições de receber os jatos que encomendou à companhia canadense, outros 1 200 funcionários deverão ser demitidos. Segundo a companhia, as demissões ocorrerão nas unidades de Montreal, no Canadá, e em Belfast, na Irlanda do Norte.

Maior rival da brasileira Embraer no mercado de jatos regionais, conforme reportagem de EXAME, as dificuldades enfrentadas pela Bombardier também podem comprometer seus planos de lançar um programa para a criação de uma nova família de jatos, com capacidade para 135 passageiros. Segundo o americano The Wall Street Journal, estima-se que o desenvolvimento das novas aeronaves consumirão 2 bilhões de dólares em investimentos. Os aparelhos seriam maiores que o jato 190, lançado pela Embraer em fevereiro com capacidade para 100 pessoas.