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Guedes busca executivo de mercado para BB, mas salário é considerado baixo

Salário mais baixo que na iniciativa privada tem limitado opções. Entre novos cotados estão o ex-Santander Conrado Engel e o ex-Barinsul Mateus Bandeira

Bolsonaro  e Guedes durante entrevista coletiva em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Bolsonaro e Guedes durante entrevista coletiva em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de julho de 2020 às 11h07.

Última atualização em 28 de julho de 2020 às 11h39.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estiveram reunidos na tarde de segunda-feira para discutir a sucessão no Banco do Brasil e chegaram a um consenso: seria dada prioridade a um executivo do mercado e, caso ninguém aceitasse o convite, o plano B seria uma solução interna.

Segundo técnicos do governo, alguns executivos foram sondados e recusaram o convite por conta do salário. Como diretor de banco ou instituições privadas, eles ganham mais do que na presidência do BB, que tem salário fixo na casa dos R$ 68,8 mil, mais uma parte variável que pode dobrar o vencimento mensal.

Ao longo do dia também surgiram novos cotados para a função. O economista Mateus Bandeira foi um dos nomes ventilados para substituir Rubem Novaes,  que entregou sua carta de demissão na sexta-feira.

Bandeira foi candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo partido Novo. Ex-presidente do Banrisul, é visto como “alinhado” a Bolsonaro.

Também foi cogitado Conrado Engel, atual conselheiro da gestora General Atlantic e com passagem pelos bancos HSBC e Santander.

No fim de semana, os nomes cotados faziam parte da atual direção do BB. Entre eles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores; Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo,; e o presidente do conselho de administração do banco, Hélio Magalhães.

O pedido de demissão de Novaes foi informado ao mercado no início da noite da sexta-feira passada, por meio de fato relevante da instituição junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, que regula o mercado de capitais brasileiro). No comunicado, o BB informou que a substituição ocorrerá em agosto.

Novaes deixa o cargo sem conseguir privatizar o banco, seu principal desejo. E também em meio a uma cobrança de Bolsonaro por uma atuação mais incisiva do Banco do Brasil, especialmente na redução de juros.

O presidente tem comparado a situação do BB com a Caixa, que efetuou uma série de cortes de juros nos últimos meses e tem servido de vitrine para ações do governo federal.

Em sua defesa, Novaes lembrava que o BB é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa. Ele deve ser nomeado assessor especial de Guedes, mas passará a despachar do Rio.

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