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Boeing vai pagar US$ 2,5 bi para liquidar acusações de fraude sobre o 737 MAX

A Boeing concordou em pagar 2,5 bilhões de dólares para encerrar o processo em que era acusada de fraudar o governo dos Estados Unidos na época do lançamento do 737 MAX. O julgamento apontava que a companhia teria ocultado informações sobre a aeronave, envolvida em dois acidentes fatais. "Os trágicos acidentes da Lion Air e […]

O avião, modelo mais vendido da Boeing, ficou parado por 20 meses enquanto órgãos reguladores de diferentes países supervisionavam as mudanças no projeto (David Ryder/Reuters)
KS

Karina Souza

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 19h44.

Última atualização em 7 de janeiro de 2021 às 20h17.

A Boeing concordou em pagar 2,5 bilhões de dólares para encerrar o processo em que era acusada de fraudar o governo dos Estados Unidos na época do lançamento do 737 MAX.

O julgamento apontava que a companhia teria ocultado informações sobre a aeronave, envolvida em dois acidentes fatais.

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"Os trágicos acidentes da Lion Air e da Ethiopian Arilines expuseram a conduta fraudulenta de funcionários de uma das maiores fabricantes mundiais de aviões comerciais", afirma o procurador-geral David P. Burns, da Divisão Criminal do Departamento de Justiça do Texas, em comunicado.

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Uma falha de design na aeronave ajudou a provocar os dois acidentes em 2018 e 2019, que geraram a morte de 346 pessoas. Em seguida, vários relatórios apontaram que a empresa alterou um sistema de controle de voo, mas não explicou totalmente o que foi feito às autoridades.

"Acredito firmemente que esse acordo é a coisa certa a fazer. É uma etapa que reconhece de forma apropriada como ficamos aquém de nossos valores e expectativas", afirmou o CEO da Boeing, Dave Calhoun, aos funcionários.

Dos 2,5 bilhões de dólares, a Boeing já reservou 1,77 bilhão para reembolsar as companhias aéreas e outros clientes envolvidos com o 737 MAX.

O avião, modelo mais vendido da Boeing, ficou parado por 20 meses enquanto órgãos reguladores de diferentes países supervisionavam as mudanças no projeto para resolver os problemas revelados nas investigações anteriores.

O processo de recertificação do MAX envolveu praticamente todos os players do mercado da aviação mundial na maior junta técnica aeronáutica da história da aviação, a Joint Operators Evaluation Board ("Conselho Conjunto de Avaliação de Operadores", em inglês), que envolveu, além da própria Boeing, as companhias aéreas, a Agência Internacional de Transportes Aéreos (Iata) e agências reguladores dos Estados Unidos, Canadá, Europa, Brasil e Austrália.

O primeiro voo do 737 MAX após o fim das restrições foi feito pela American Airlines e levou 45 minutos de Dallas, Texas, para Tulsa, Oklahoma. Ocorreu semanas antes do primeiro voo comercial de passageiros, em 29 de dezembro.

No Brasil, o voo foi feito pela Gol no dia 7 de dezembro. EXAME embarcou no voo, que decolou as 11h do aeroporto de Congonhas e pousou em Confins, Minas Gerais, sem imprevistos, às 12h15.

“Este caso envia uma mensagem clara: o Departamento de Justiça responsabilizará fabricantes como a Boeing por fraudar reguladores — especialmente em setores onde os riscos são tão altos”, afirma Erin Nealy Cox, procurador do Distrito Norte do Texas.

O acordo não teve efeito significativo sobre o preço das ações da companhia, que caiu menos de 1%, para 211,26 dólares, após o fechamento do mercado em Nova York. A companhia deve apresentar seu balanço trimestral no dia 27 de janeiro.

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