BNP fará aumento de capital de US$ 190 milhões no Brasil
O BNP aposta, em particular, nos setores de infraestrutura e energia renovável, onde o banco tem expertise internacionalmente reconhecida
Ana Paula Ragazzi
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 17h51.
São Paulo - O banco francês BNP Paribas vai injetar 190 milhões de dólares (650 milhões de reais) na operação brasileira por meio de um aumento de capital.
Jacques d'Estais, que desde 2015 está no comando do BNP Paribas International, afirma que a medida é uma forma de reiterar o compromisso de longo prazo do banco com o Brasil.
Os recursos vão aumentar a capacidade operacional do BNP para atender os seus clientes em investimentos por aqui.
O BNP aposta, em particular, nos setores de infraestrutura e energia renovável, onde o banco tem expertise internacionalmente reconhecida e que, com um ambiente regulatório correto, avalia d’Estais, irão atrair o interesse dos investidores internacionais.
Há cerca de dois anos o BNP separou a operação do Brasil dos outros países da América Latina. Nos últimos 12 meses encerrados em junho, os ativos sob custódia do banco dobraram e alcançaram 50 bilhões de reais.
O lucro da instituição foi de 87 milhões de reais no primeiro semestre, o maior já registrado no país.
“Nós não podíamos prever a crise brasileira, mas, apesar dela, nunca cortamos nenhuma linha, produto ou serviço oferecido a clientes por aqui”, diz d’ Estais.
“E mesmo com a crise continuamos a crescer no Brasil nesses últimos anos e ganhamos participação de mercado em alguns segmentos, inclusive em no negócio de custódia, que iniciamos quando já havia a crise. O banco está tendo um bom resultado no Brasil”, conclui.
O grupo, diz o executivo, está confiante na recuperação da economia brasileira em 2017. Por aqui, o BNP oferece praticamente todos os serviços que tem na Europa, à exceção da operação de varejo.
Há atendimento a clientes corporativos, institucionais, gestão de recursos, custódia, project finance, seguros, enfim.
Por essa diversificação à atuação, o executivo diz que o negócio não depende de nenhuma linha de atuação ou outra isoladamente. Mas reconhece que os parâmetros de cada uma delas são diferentes.
“Os segmentos de finanças pessoais e seguros dependem muito do poder econômico das pessoas. No lado corporativo, temos clientes em todo mundo que também estão no Brasil e acabam fazendo negócios conosco aqui. Acho que hoje nenhum outro banco tem uma rede de relacionamentos tão global quanto a nossa”, diz.
D’Estais diz ainda que, apesar da turbulência política e da desaceleração recente da economia do país, o interesse de investidores estrangeiros nas empresas brasileiras nunca desapareceu .
“Certamente a questão do preço dos ativos por aqui, mais atrativos, ajuda. Na área de fusões e aquisições, estamos com uma agenda muito forte, o que é um sinal de que o Brasil atrai o interesse do mundo”, diz.