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BNDES mantém defesa de saída da família Batista do comando da JBS

Declaração foi dada pelo presidente do BNDES após o conselho da JBS ter eleito José Batista Sobrinho como novo presidente-executivo

Paulo Rabello de Castro: "vejo malandragem no que foi feito. Uma reunião desse tipo e para resolver essa grandeza não se convoca de uma hora para outra" (Pilar Olivares/Reuters)
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Reuters

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 12h07.

Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) continuará defendendo a saída definitiva da família Batista do comando executivo da JBS , disse o presidente do banco de fomento nesta segunda-feira, após o conselho de administração da empresa de alimentos ter eleito José Batista Sobrinho como novo presidente-executivo para o lugar do filho Wesley, que está preso.

"Nem nos nossos maiores desvarios nos passa pela cabeça desistir da nossa posição de trocar o comando da empresa", disse o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.

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"O banco permanecerá firme como um rocha na sua posição como sócio da empresa influindo tudo que for possível para consertar a péssima governança da companhia", afirmou. Mas o banco não pretende se desfazer da participação na JBS.

Rabello de Castro disse que o BNDES vai consultar a Comissão de Valores (CVM) sobre a validade da reunião do conselho da JBS, que no sábado elegeu Sobrinho como novo presidente-executivo para complementar o mandato de Wesley.

"Vejo malandragem no que foi feito. Uma reunião desse tipo e para resolver essa grandeza não se convoca de uma hora para outra; é completamente fora de propósito", disse Rabello de Castro.

O BNDESPar, que tem 21,3 por cento da JBS, vinha defendendo o afastamento de Wesley do comando da JBS. A pressão aumentou após o empresário ter sido preso na quarta-feira pela Polícia Federal, acusado de usar informações privilegiadas para ganhar dinheiro no mercado financeiro.

A JBS é alvo de escândalo, após seus executivos revelarem um esquema para comprar de políticos. As revelações foram feitas em um acordo de delação premiada. O acordo pode ser cancelado após a descoberta de que os delatares esconderam crimes quenão foram revelados à época do acordo.

Rabello de Castro disse que não sabia da reunião de sábado, que elegeu Sobrinho por unanimidade, e criticou a representante do BNDESPar no conselho, Claudia Silva de Azeredo Santos, por ter participado e votado.

"Ela não deveria ter comparecido para não se dar por convocada", afirmou.

Rabello de Castro disse ainda que o BNDESPar indicará ainda nesta segunda dois novos representantes para compor o conselho da JBS. Um deles será Cledorvino Belini, ex-presidente da Fiat Chrysler para a América Latina. O outro nome ainda precisa ser definido pelo banco.

Daqui em diante, o banco será mais criterioso na concessão de empréstimos a empresas e a boa governança será um elemento fundamental para novas liberações, segundo o presidente.

Às 11h04, a ação da JBS tinha queda de 3,8 por cento na bolsa paulista. No mesmo instante, o Ibovespa subia 0,75 por cento.

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