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BHP promete fazer "a coisa certa" após desastre em Mariana

A BHP Billiton prometeu que faria “a coisa certa” para apoiar o processo de recuperação após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana


	Mariana (MG), depois do acidente: empresa informou que ainda não fechou um acordo com as autoridades sobre o formato preciso desse apoio
 (Douglas Magno/AFP Photo)

Mariana (MG), depois do acidente: empresa informou que ainda não fechou um acordo com as autoridades sobre o formato preciso desse apoio (Douglas Magno/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2016 às 20h24.

A BHP Billiton prometeu que faria “a coisa certa” para apoiar o processo de recuperação após o rompimento fatal de uma barragem em sua joint venture brasileira de minério de ferro.

A empresa informou que ainda não fechou um acordo com as autoridades sobre o formato preciso desse apoio.

“Nesta fase, não somos fiadores da Samarco”, disse a empresa com sede em Melbourne em um comunicado enviado à Bloomberg depois que o advogado-geral da União do Brasil, Luís Inácio Adams, afirmou que a BHP e sua sócia Vale precisam atuar como fiadoras de um eventual acordo para cobrir as despesas de limpeza e os reparos. “Deixamos claro que apoiaremos a Samarco no processo de recuperação”, disse a BHP.

A maior empresa de mineração do mundo e a Vale têm lidado com as consequências do derramamento ao mesmo tempo em que as ações das duas empresas têm sido impactadas pela queda nos preços de commodities como o minério de ferro e o níquel.

O Brasil busca receber até R$ 20 bilhões (US$ 4,9 bilhões) da Samarco Mineração para ajudar na recuperação da bacia do rio atingido e das comunidades destruídas pela enxurrada de lama que atravessou o estado de Minas Gerais em novembro.

“A responsabilidade imediata de cobrir as despesas recai sobre a Samarco, mas o processo de negociação como um todo envolve investimentos das empresas controladoras como garantia financeira”, disse Adams a jornalistas, em Brasília, na segunda-feira, após uma reunião com representantes da empresa e com a presidente Dilma Rousseff. “Nenhum agente envolvido ficará isento”.

Visita ao local

A Vale preferiu não comentar as declarações de Adams. Após o desastre, o CEO da BHP, Andrew Mackenzie, visitou o local com Murilo Ferreira, seu par na Vale, e os executivos disseram que ficaram comovidos com a devastação, segundo um comunicado.

Cada uma das duas empresas possui uma participação de 50 por cento na Samarco.

“Estamos dizendo que faremos a coisa certa desde o dia desse trágico incidente e, nesse sentido, temos apoiado totalmente a Samarco”, disse a BHP, por e-mail, nesta terça-feira. A empresa está “comprometida em se engajar de forma construtiva com o governo”, disse o comunicado.

O Ministério Público disse que as empresas poderiam ser responsabilizadas criminalmente pelo rompimento que matou 17 pessoas, considerado o pior desastre ambiental da história do Brasil.

A Organização das Nações Unidas informou, em uma investigação sobre o derramamento, que os rejeitos da barragem que se rompeu eram tóxicos, mas a Samarco disse que não havia perigo para a saúde humana.

A Vale e a Samarco tiveram suas licenças de lavra declaradas “indisponíveis” por um juiz federal em dezembro passado, o que significa que as empresas estão proibidas de vender ou transferir seus ativos de mineração. A operação da Samarco continua suspensa.

As ações da BHP caíam 3,1 por cento, para 619,9 pence, às 9h11 nas negociações em Londres. Em Sydney, a ação fechou em alta de 0,1 por cento.

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