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BC e MP investigam fraudes no banco Schahin

Schahin tem rombo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, resultado de fraudes e outras irregularidades

Agência do BMG: Escândalo vem à tona um ano depois da venda do banco Schahin ao BMG (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 18h32.

São Paulo - Um ano depois da venda do banco Schahin para o BMG, começa a vir à tona mais um escândalo no sistema financeiro. O Schahin tinha um rombo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, resultado de fraudes e outras irregularidades semelhantes às do Panamericano e do Cruzeiro do Sul. O caso está sendo investigado pelo Banco Central, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

O banco pertencia à família Schahin, dona de um tradicional grupo empresarial brasileiro, com atuação em várias áreas e contratos bilionários com a Petrobrás. Era uma instituição de pequeno porte, desconhecida do grande público, com foco em crédito consignado e no financiamento de veículos usados.

Segundo a apuração do BC, a instituição mentia sobre seus números. Inflava os balanços com créditos duvidosos para esconder suas dificuldades e fingir que era saudável. Além disso, concedia empréstimos a empresas do mesmo grupo, o que é proibido.

O balanço fechado em julho de 2011, já após a venda para o BMG, apontou um patrimônio líquido negativo de R$ 1,3 bilhão. Muito diferente dos R$ 229 milhões positivos apresentados ao público em março do mesmo ano, quando a instituição ainda pertencia ao grupo Schahin.

Com esse roteiro, tornou-se a quinta instituição financeira de pequeno e médio porte a quebrar em menos de dois anos no País. As apurações do BC mostraram que ao menos quatro delas eram ninhos de fraudes e outras irregularidades: Panamericano, Morada, Cruzeiro do Sul e o próprio Schahin.

O BC abriu um processo administrativo para apurar as responsabilidades. Os ex-controladores do Schahin apresentaram defesa. Ainda não houve conclusão, mas o BC já fez ao menos duas comunicações ao Ministério Público Federal em São Paulo.

A primeira é de maio. No documento, o BC comunica que seu departamento de supervisão verificou a existência de irregularidades no Schahin. O BC aponta "consistente elevação de resultados mediante operações simuladas, registros de ativos insubsistentes, demonstrações contábeis não fidedignas, abstenção de providência no interesse da instituição financeira e concessão de empréstimo vedado". A documentação foi remetida pelo MP à Polícia Federal.

A segunda comunicação chegou ao MP em 13 de agosto e trata especificamente dos auditores responsáveis pelos balanços do Schahin. Essa mesma correspondência foi enviada pelo BC ao Conselho Federal de Contabilidade, que está apurando o caso.

Os ex-controladores do banco Schahin não quiseram se manifestar. Enviaram uma nota, na qual afirmam que têm divergências "quanto ao entendimento do Banco Central" sobre as operações sob suspeita e desconhecem qualquer apuração do Ministério Público e da PF. Procurados, o BC e o Ministério Público não se pronunciaram. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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São Paulo - Um ano depois da venda do banco Schahin para o BMG, começa a vir à tona mais um escândalo no sistema financeiro. O Schahin tinha um rombo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, resultado de fraudes e outras irregularidades semelhantes às do Panamericano e do Cruzeiro do Sul. O caso está sendo investigado pelo Banco Central, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

O banco pertencia à família Schahin, dona de um tradicional grupo empresarial brasileiro, com atuação em várias áreas e contratos bilionários com a Petrobrás. Era uma instituição de pequeno porte, desconhecida do grande público, com foco em crédito consignado e no financiamento de veículos usados.

Segundo a apuração do BC, a instituição mentia sobre seus números. Inflava os balanços com créditos duvidosos para esconder suas dificuldades e fingir que era saudável. Além disso, concedia empréstimos a empresas do mesmo grupo, o que é proibido.

O balanço fechado em julho de 2011, já após a venda para o BMG, apontou um patrimônio líquido negativo de R$ 1,3 bilhão. Muito diferente dos R$ 229 milhões positivos apresentados ao público em março do mesmo ano, quando a instituição ainda pertencia ao grupo Schahin.

Com esse roteiro, tornou-se a quinta instituição financeira de pequeno e médio porte a quebrar em menos de dois anos no País. As apurações do BC mostraram que ao menos quatro delas eram ninhos de fraudes e outras irregularidades: Panamericano, Morada, Cruzeiro do Sul e o próprio Schahin.

O BC abriu um processo administrativo para apurar as responsabilidades. Os ex-controladores do Schahin apresentaram defesa. Ainda não houve conclusão, mas o BC já fez ao menos duas comunicações ao Ministério Público Federal em São Paulo.

A primeira é de maio. No documento, o BC comunica que seu departamento de supervisão verificou a existência de irregularidades no Schahin. O BC aponta "consistente elevação de resultados mediante operações simuladas, registros de ativos insubsistentes, demonstrações contábeis não fidedignas, abstenção de providência no interesse da instituição financeira e concessão de empréstimo vedado". A documentação foi remetida pelo MP à Polícia Federal.

A segunda comunicação chegou ao MP em 13 de agosto e trata especificamente dos auditores responsáveis pelos balanços do Schahin. Essa mesma correspondência foi enviada pelo BC ao Conselho Federal de Contabilidade, que está apurando o caso.

Os ex-controladores do banco Schahin não quiseram se manifestar. Enviaram uma nota, na qual afirmam que têm divergências "quanto ao entendimento do Banco Central" sobre as operações sob suspeita e desconhecem qualquer apuração do Ministério Público e da PF. Procurados, o BC e o Ministério Público não se pronunciaram. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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