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Bancos colocam R$30 bi à disposição da Telesp

São Paulo - Cerca de cinco bancos colocaram 30 bilhões de reais à disposição da Telesp, unidade da espanhola Telefónica, para financiar a eventual aquisição do controle da operadora celular Vivo, disse à Reuters uma fonte envolvida nas negociações. Telefónica e Portugal Telecom dividem a holding Brasilcel, sócia majoritária da Vivo, e os espanhóis ofereceram 6,5 […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - Cerca de cinco bancos colocaram 30 bilhões de reais à disposição da Telesp, unidade da espanhola Telefónica, para financiar a eventual aquisição do controle da operadora celular Vivo, disse à Reuters uma fonte envolvida nas negociações.

Telefónica e Portugal Telecom dividem a holding Brasilcel, sócia majoritária da Vivo, e os espanhóis ofereceram 6,5 bilhões de euros pela fatia dos portugueses na joint-venture.

A cifra disponível à Telesp representa mais que o dobro do valor que seria necessário para a transação, pouco acima de 14 bilhões de reais com base no euro a 2,20 reais. A quantia também sinaliza o apetite de bancos no Brasil para ampliar suas carteiras de crédito, sobretudo no segmento corporativo, em que o risco de inadimplência é menor.

Os acionistas da Portugal Telecom irão deliberar sobre a proposta da Telefónica em assembleia marcada para 30 de junho.

O Conselho da companhia portuguesa se posicionou contrário à venda pelo montante oferecido --já superior aos 5,7 bilhões de euros apresentados inicialmente-- e pede mais. A Telefónica, no entanto, confia que a maioria dos sócios do grupo português será favorável à operação.

Se for bem-sucedida, a Telefónica teria que gastar mais para comprar as ações ordinárias da Vivo nas mãos de minoritários e ainda estuda como faria a reorganização societária dos ativos no Brasil. Uma das alternativas seria usar a Telesp como veículo de compra da participação da Portugal Telecom na Vivo, incorporando a operadora móvel na fixa ou o inverso.

O modelo escolhido para selar a união de Telesp e Vivo, que criaria o maior grupo de telecomunicações do Brasil, levaria em conta o aproveitamento máximo de sinergias e de benefícios fiscais e financeiros, além de considerações regulatórias.

A Telefónica ofereceu à Portugal Telecom a opção de vender sua parcela na Vivo em uma única transação ou em etapas, sendo um terço imediatamente. O prazo para integração dos ativos no Brasil demoraria de um ano, no cenário otimista, a quatro anos.

O grupo espanhol tem presença em 25 países. O Brasil é o único mercado em que a Telefónica não possui ativos de telefonia fixa e móvel plenamente integrados.

Em 8 de junho, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou o rating "A-" da Telefónica em observação para possível rebaixamento, pelo aumento da dívida do grupo caso a própria matriz na Espanha venha a comprar o controle da Vivo.

Solidez Financeira
Até agora, os bancos apresentaram apenas o volume de crédito disponível à Telesp, sem indicações do custo do dinheiro. Em 19 de maio, o Conselho da Telesp aprovou o resgate antecipado de debêntures de sua emissão que tinham remuneração de 103,5 por cento do CDI, dando uma mostra da taxa de juro que a empresa estaria disposta a aceitar dos bancos.

A equação envolveria instrumentos financeiros como notas promissórias e debêntures com prazos, possivelmente, de dois, três e cinco anos. Incluiria, ainda, empréstimos sindicalizados, conforme a fonte, que falou sob condição de anonimato.

A Telesp tem rating máximo por agências de classificação de risco para sua dívida em reais. A companhia encerrou o primeiro trimestre com dívida total de 3,6 bilhões de reais e caixa e aplicações financeiras de 2,8 bilhões de reais.

A alavancagem medida pela relação entre endividamento líquido e Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- estava em 0,14 no final de março, nível confortável para que a Telesp assuma dívidas.

Caso Telesp e Vivo sejam integradas, a empresa combinada teria uma geração de caixa anual na casa dos 10 bilhões de reais, com base no Ebitda de ambas as companhias reportados no primeiro trimestre.

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