Bancos brasileiros alavancam hipotecas para obter US$ 38 bi
Objetivo de credores como o BB e a Caixa é buscar de mais financiamento para satisfazer o aumento na demanda de empréstimos hipotecários
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 21h40.
São Paulo - Credores como o Banco do Brasil SA e a Caixa Econômica Federal estão levando as vendas de dívidas garantidas com hipotecas para um recorde no Brasil em busca de mais financiamento para satisfazer o aumento na demanda de empréstimos hipotecários.
A quantidade de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) pendentes cresceu 44 por cento neste ano até outubro, totalizando R$ 90 bilhões (US$ 38 bilhões), segundo a câmara de compensações de ativos Cetip SA- Mercados Organizados.
Os empréstimos hipotecários na maior economia da América Latina elevaram-se 27 por cento no mesmo período, frente a uma queda de 5,9 por cento no México até setembro.
Os bancos, que estão usando os empréstimos hipotecários existentes como garantias para arrecadar mais dinheiro e complementar os depósitos, aproveitam a crescente demanda dos títulos isentos de impostos pelos poupadores brasileiros.
As pessoas que compram LCI do Banco do Brasil podem ganhar 7,29 por cento, acima de 6,45 por cento nos certificados de depósito do banco. As compras individuais de dívida do governo estão sujeitas a um imposto de até 22,5 por cento.
“É uma fonte de financiamento muito atrativa”, disse Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamento do Banco do Brasil, o maior credor da América Latina segundo ativos. “Quando outorgamos empréstimos imobiliários, as nossas taxas são muito competitivas”.
O Banco do Brasil, que começou a vender LCI em junho, espera emitir R$ 4 bilhões das notas até o final do ano, garantidas com um conjunto de empréstimos imobiliários por R$ 12,5 bilhões, disse Casalatina. O credor sediado em Brasília planeja emitir R$ 12 bilhões das notas em 2014.
Base de contas
Teotonio Rezende, vice-presidente de empréstimos imobiliários da Caixa, disse que o banco está emitindo as notas para complementar sua base de contas poupança.
Diferentemente dos novos empréstimos hipotecários, que são reembalados em valores garantidos por ativos, as LCI estão atreladas à carteira existente de hipotecas dos bancos. As notas foram criadas em 2001.
Elas possuem um vencimento mínimo de dois meses, estão atreladas a empréstimos hipotecários específicos e são garantidas por direitos sobre as casas compradas com créditos. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) do Brasil aumentou suas garantias da dívida de R$ 70 mil em maio para R$ 250 mil.
“Estamos observando muito apetite pelas letras de crédito porque geralmente são de curto prazo e porque são garantidas pelo FGC”, disse Daniel Lemos, diretor de vendas de renda fixa na XP Investimentos em São Paulo. “Elas são vistas como um instrumento mais conservador”.
Empréstimos hipotecários
Os empréstimos hipotecários pendentes do Brasil cresceram 71 por cento desde dezembro de 2011 para R$ 378 bilhões em outubro, segundo dados do Banco Central.
Embora o crescimento nos empréstimos tenha levado os bancos a suplementarem seus depósitos com dívida garantida por ativos como as LCI, esse tipo de valores representou somente 2,3 por cento do financiamento total dos bancos em junho de 2013, segundo um relatório publicado pelo Moody’s Investors Service, em 29 de outubro.
“Os bancos as estão usando mais, mas elas não representam uma parte significativa do sistema bancário”, disse Alexandre Albuquerque, analista da Moody’s em São Paulo, em entrevista por telefone. “Seu crescimento depende de que os bancos tenham os ativos hipotecários nas suas carteiras”.
As letras de crédito estão crescendo porque estão sendo comercializadas a indivíduos que podem comprá-las em pequenas quantidades e resgatar os títulos após os primeiros 70 dias, na maioria dos casos, disse Ricardo Magalhães, diretor de desenvolvimento de produtos da Cetip.
“As letras de crédito estão tendo uma maior penetração no mercado financeiro”, disse Magalhães, em entrevista por telefone de São Paulo. “Elas estão gerando mais recursos para os bancos e alimentando o sistema financeiro”.
São Paulo - Credores como o Banco do Brasil SA e a Caixa Econômica Federal estão levando as vendas de dívidas garantidas com hipotecas para um recorde no Brasil em busca de mais financiamento para satisfazer o aumento na demanda de empréstimos hipotecários.
A quantidade de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) pendentes cresceu 44 por cento neste ano até outubro, totalizando R$ 90 bilhões (US$ 38 bilhões), segundo a câmara de compensações de ativos Cetip SA- Mercados Organizados.
Os empréstimos hipotecários na maior economia da América Latina elevaram-se 27 por cento no mesmo período, frente a uma queda de 5,9 por cento no México até setembro.
Os bancos, que estão usando os empréstimos hipotecários existentes como garantias para arrecadar mais dinheiro e complementar os depósitos, aproveitam a crescente demanda dos títulos isentos de impostos pelos poupadores brasileiros.
As pessoas que compram LCI do Banco do Brasil podem ganhar 7,29 por cento, acima de 6,45 por cento nos certificados de depósito do banco. As compras individuais de dívida do governo estão sujeitas a um imposto de até 22,5 por cento.
“É uma fonte de financiamento muito atrativa”, disse Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamento do Banco do Brasil, o maior credor da América Latina segundo ativos. “Quando outorgamos empréstimos imobiliários, as nossas taxas são muito competitivas”.
O Banco do Brasil, que começou a vender LCI em junho, espera emitir R$ 4 bilhões das notas até o final do ano, garantidas com um conjunto de empréstimos imobiliários por R$ 12,5 bilhões, disse Casalatina. O credor sediado em Brasília planeja emitir R$ 12 bilhões das notas em 2014.
Base de contas
Teotonio Rezende, vice-presidente de empréstimos imobiliários da Caixa, disse que o banco está emitindo as notas para complementar sua base de contas poupança.
Diferentemente dos novos empréstimos hipotecários, que são reembalados em valores garantidos por ativos, as LCI estão atreladas à carteira existente de hipotecas dos bancos. As notas foram criadas em 2001.
Elas possuem um vencimento mínimo de dois meses, estão atreladas a empréstimos hipotecários específicos e são garantidas por direitos sobre as casas compradas com créditos. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) do Brasil aumentou suas garantias da dívida de R$ 70 mil em maio para R$ 250 mil.
“Estamos observando muito apetite pelas letras de crédito porque geralmente são de curto prazo e porque são garantidas pelo FGC”, disse Daniel Lemos, diretor de vendas de renda fixa na XP Investimentos em São Paulo. “Elas são vistas como um instrumento mais conservador”.
Empréstimos hipotecários
Os empréstimos hipotecários pendentes do Brasil cresceram 71 por cento desde dezembro de 2011 para R$ 378 bilhões em outubro, segundo dados do Banco Central.
Embora o crescimento nos empréstimos tenha levado os bancos a suplementarem seus depósitos com dívida garantida por ativos como as LCI, esse tipo de valores representou somente 2,3 por cento do financiamento total dos bancos em junho de 2013, segundo um relatório publicado pelo Moody’s Investors Service, em 29 de outubro.
“Os bancos as estão usando mais, mas elas não representam uma parte significativa do sistema bancário”, disse Alexandre Albuquerque, analista da Moody’s em São Paulo, em entrevista por telefone. “Seu crescimento depende de que os bancos tenham os ativos hipotecários nas suas carteiras”.
As letras de crédito estão crescendo porque estão sendo comercializadas a indivíduos que podem comprá-las em pequenas quantidades e resgatar os títulos após os primeiros 70 dias, na maioria dos casos, disse Ricardo Magalhães, diretor de desenvolvimento de produtos da Cetip.
“As letras de crédito estão tendo uma maior penetração no mercado financeiro”, disse Magalhães, em entrevista por telefone de São Paulo. “Elas estão gerando mais recursos para os bancos e alimentando o sistema financeiro”.