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Banco do Brasil reduz calotes e eleva previsão de crédito

Após anunciar resultados recordes, maior banco do país elevou sua estimativa para o crescimento do crédito em 2013, para 17 a 21%

Banco do Brasil: banco estatal teve lucro líquido recorde de 10 bilhões de reais no primeiro semestre do ano (Adriano Machado/Bloomberg News)
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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2013 às 15h51.

São Paulo - Na contramão do conservadorismo dos bancos privados, o estatal Banco do Brasil segue com o pé no acelerador na concessão de financiamentos, que deve crescer mais do que o inicialmente esperado pela instituição em 2013.

Ao anunciar seus resultados do segundo trimestre nesta terça-feira, com lucro de líquido de 7,47 bilhões de reais, o maior banco do país elevou sua estimativa para o crescimento do crédito em 2013, de 16 a 20 por cento para 17 a 21 por cento.

O anúncio ocorreu após rivais privados como Itaú Unibanco e o Bradesco anunciarem cortes nas suas projeções de aumento do crédito para o ano, em meio a um cenário econômico mais desafiador.

A alteração feita pelo BB é apoiada em expectativas mais otimistas nos segmentos de crédito agrícola e para pessoas jurídicas, enquanto os financiamentos para pessoas físicas enfrentam fraca demanda.

No segundo trimestre, sua carteira de crédito ampliada somou 638,6 bilhões de reais, alta de 25,7 por cento em doze meses. Na comparação com o fim de março, o avanço foi de 7,7 por cento.

Entre os rivais, o Santander Brasil teve incremento da carteira de crédito de 9 por cento; o Itaú Unibanco viu alta de 7,6 por cento; e o Bradesco teve aumento de 10,3 por cento, todos na comparação anual.

Ao comentar os resultados do BB, o presidente Aldemir Bendine considerou acertada a estratégia agressiva do banco no crédito e disse que não há riscos de deterioração da qualidade da carteira. Ele rebateu comentários de analistas que têm apontado esse risco, porque a economia do país tem crescido pouco.

"Se projetássemos o banco de acordo com a visão dos analistas, teríamos quebrado o banco faz tempo", afirmou.

Segundo Bendine, o mercado tem traçado há anos um prognóstico de que a carteira do BB iria se deteriorar, mas isso não acontecerá. "É um prognóstico absurdo, errado; basta ver o comportamento da nossa inadimplência", afirmou.

No segundo trimestre, a inadimplência do BB acima de 90 dias foi de 1,87 por cento, ante 2,19 por cento um ano antes. Foi o nível mais baixo de inadimplência em 11 anos, afirmaram em relatório os analistas da Planner Corretora em relatório.

O indicador pode cair mais ainda nos próximos trimestres, caso a expectativa de menores calotes no Banco Votorantim se concretize, disse Bendine. O BB tem participação de 49,9 por cento no Votorantim, e negocia aumento de participação no banco.

Mesmo com menor índice de calotes, as despesas com provisões aumentaram 14,8 por cento ante o mesmo intervalo do ano passado e 28,7 por cento na comparação com o trimestre anterior.


Analistas do Credit Suisse destacaram em relatório que o aumento das provisões sinaliza piora na qualidade dos ativos. "Os dados levantam a questão de que podemos estar vendo o início de uma seleção adversa", afirmaram.

Para Bendine, a provisão cresceu devido a maiores volumes de empréstimos, e isso não significa que o banco esteja temeroso com a qualidade do crédito. "A provisão está maior pelos volumes e não por deterioração, o crédito é bom e saudável".

Para 2013, o BB espera que as despesas com provisões fiquem entre 2,7 e 3,1 por cento da carteira, abaixo da previsão anterior de 3 a 3,4 por cento. Até junho, este indicador ficou em 2,9 por cento.

O avanço do crédito e a menor inadimplência foram parcialmente ofuscados por menores margens, em meio aos esforços do governo para forçar redução de juros do sistema financeiro e o aumento do crédito, em uma estratégia liderada pelo BB e pela Caixa Econômica Federal.

Resultados

Desconsiderado o efeito da oferta de ações da BB Seguridade, que trouxe quase 10 bilhões de reais, o lucro líquido do BB do segundo trimestre foi de 2,63 bilhões de reais, 11,8 por cento menor que o de um ano antes, em linha com o esperado por analistas ouvidos pela Reuters.

Considerando o efeito extraordinário da oferta de ações, o lucro líquido foi de 7,47 bilhões de reais, cerca de duas vezes e meia acima do resultado positivo obtido um ano antes.

O spread global, resultado da margem financeira gerencial dividida pelo saldo médio, passou de 5,4 por cento no segundo trimestre para 4,6 por cento, também na comparação anual.

Com isso, a rentabilidade do banco foi menor. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) ajustado, medida de rentabilidade, piorou, passando de 21,2 para 16,4 por cento na comparação anual. Esta linha exclui os efeitos extraordinários sobre o lucro, como a venda de ações da BB Seguridade.

Apesar da menor rentabilidade, esta tendência de queda deve estar próxima do fim, pois as taxas vão parar de cair, disse Bendine. "Não vemos espaços para novas quedas, até porque nosso spread já está adequado aos níveis mundiais." Mesmo assim, a previsão de margem financeira bruta para 2013 passou de 7 a 10 por cento para 4 a 7 por cento. Até junho, a margem foi de 1,2 por cento.

O banco fechou junho com ativos totais de 1,214 trilhão de reais, avanço de 15,5 por cento em relação a um ano antes.

Às 15h07, a ação do BB na Bovespa subia 1,53 por cento, a 23,30 reais. No mesmo instante, o Ibovespa avançava 0,56 por cento.

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São Paulo - Na contramão do conservadorismo dos bancos privados, o estatal Banco do Brasil segue com o pé no acelerador na concessão de financiamentos, que deve crescer mais do que o inicialmente esperado pela instituição em 2013.

Ao anunciar seus resultados do segundo trimestre nesta terça-feira, com lucro de líquido de 7,47 bilhões de reais, o maior banco do país elevou sua estimativa para o crescimento do crédito em 2013, de 16 a 20 por cento para 17 a 21 por cento.

O anúncio ocorreu após rivais privados como Itaú Unibanco e o Bradesco anunciarem cortes nas suas projeções de aumento do crédito para o ano, em meio a um cenário econômico mais desafiador.

A alteração feita pelo BB é apoiada em expectativas mais otimistas nos segmentos de crédito agrícola e para pessoas jurídicas, enquanto os financiamentos para pessoas físicas enfrentam fraca demanda.

No segundo trimestre, sua carteira de crédito ampliada somou 638,6 bilhões de reais, alta de 25,7 por cento em doze meses. Na comparação com o fim de março, o avanço foi de 7,7 por cento.

Entre os rivais, o Santander Brasil teve incremento da carteira de crédito de 9 por cento; o Itaú Unibanco viu alta de 7,6 por cento; e o Bradesco teve aumento de 10,3 por cento, todos na comparação anual.

Ao comentar os resultados do BB, o presidente Aldemir Bendine considerou acertada a estratégia agressiva do banco no crédito e disse que não há riscos de deterioração da qualidade da carteira. Ele rebateu comentários de analistas que têm apontado esse risco, porque a economia do país tem crescido pouco.

"Se projetássemos o banco de acordo com a visão dos analistas, teríamos quebrado o banco faz tempo", afirmou.

Segundo Bendine, o mercado tem traçado há anos um prognóstico de que a carteira do BB iria se deteriorar, mas isso não acontecerá. "É um prognóstico absurdo, errado; basta ver o comportamento da nossa inadimplência", afirmou.

No segundo trimestre, a inadimplência do BB acima de 90 dias foi de 1,87 por cento, ante 2,19 por cento um ano antes. Foi o nível mais baixo de inadimplência em 11 anos, afirmaram em relatório os analistas da Planner Corretora em relatório.

O indicador pode cair mais ainda nos próximos trimestres, caso a expectativa de menores calotes no Banco Votorantim se concretize, disse Bendine. O BB tem participação de 49,9 por cento no Votorantim, e negocia aumento de participação no banco.

Mesmo com menor índice de calotes, as despesas com provisões aumentaram 14,8 por cento ante o mesmo intervalo do ano passado e 28,7 por cento na comparação com o trimestre anterior.


Analistas do Credit Suisse destacaram em relatório que o aumento das provisões sinaliza piora na qualidade dos ativos. "Os dados levantam a questão de que podemos estar vendo o início de uma seleção adversa", afirmaram.

Para Bendine, a provisão cresceu devido a maiores volumes de empréstimos, e isso não significa que o banco esteja temeroso com a qualidade do crédito. "A provisão está maior pelos volumes e não por deterioração, o crédito é bom e saudável".

Para 2013, o BB espera que as despesas com provisões fiquem entre 2,7 e 3,1 por cento da carteira, abaixo da previsão anterior de 3 a 3,4 por cento. Até junho, este indicador ficou em 2,9 por cento.

O avanço do crédito e a menor inadimplência foram parcialmente ofuscados por menores margens, em meio aos esforços do governo para forçar redução de juros do sistema financeiro e o aumento do crédito, em uma estratégia liderada pelo BB e pela Caixa Econômica Federal.

Resultados

Desconsiderado o efeito da oferta de ações da BB Seguridade, que trouxe quase 10 bilhões de reais, o lucro líquido do BB do segundo trimestre foi de 2,63 bilhões de reais, 11,8 por cento menor que o de um ano antes, em linha com o esperado por analistas ouvidos pela Reuters.

Considerando o efeito extraordinário da oferta de ações, o lucro líquido foi de 7,47 bilhões de reais, cerca de duas vezes e meia acima do resultado positivo obtido um ano antes.

O spread global, resultado da margem financeira gerencial dividida pelo saldo médio, passou de 5,4 por cento no segundo trimestre para 4,6 por cento, também na comparação anual.

Com isso, a rentabilidade do banco foi menor. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) ajustado, medida de rentabilidade, piorou, passando de 21,2 para 16,4 por cento na comparação anual. Esta linha exclui os efeitos extraordinários sobre o lucro, como a venda de ações da BB Seguridade.

Apesar da menor rentabilidade, esta tendência de queda deve estar próxima do fim, pois as taxas vão parar de cair, disse Bendine. "Não vemos espaços para novas quedas, até porque nosso spread já está adequado aos níveis mundiais." Mesmo assim, a previsão de margem financeira bruta para 2013 passou de 7 a 10 por cento para 4 a 7 por cento. Até junho, a margem foi de 1,2 por cento.

O banco fechou junho com ativos totais de 1,214 trilhão de reais, avanço de 15,5 por cento em relação a um ano antes.

Às 15h07, a ação do BB na Bovespa subia 1,53 por cento, a 23,30 reais. No mesmo instante, o Ibovespa avançava 0,56 por cento.

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