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Banco do Brasil fecha super trimestre para os bancões

Instituição deve ter registrado um lucro 16,3% maior no quarto trimestre do ano passado ante o mesmo período de 2017

BANCO DO BRASIL: Ganhos adicionais para a instituição, neste ano, devem vir da venda de partes de algumas das suas unidades para investidores privados | Marcelo Camargo/Agência Brasil / (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 06h41.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 17h59.

O Banco do Brasil é o último dos grandes bancos do país a divulgar resultados referentes ao quarto trimestre de 2018. Em um setor que não costuma desapontar os investidores, têm surgido vários sinais de melhora de desempenho – o que significa que as instituições financeiras estão prontas para aproveitar a esperada aceleração da economia neste ano.

O bom momento dos bancos, com destaque para o Santander, é tema de reportagem de capa da edição de EXAME que chega nesta quinta-feira às bancas.

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Um pouco atrasado em relação aos concorrentes privados, que já no final de 2017 voltaram a aumentar a concessão de crédito depois de pisar no freio durante da recessão de 2014 a 2016, o Banco do Brasil a partir de meados do ano passado começou a emprestar mais. No período de outubro a dezembro de 2018, esse movimento deve ter se acelerado, levando a uma expansão da carteira de empréstimos de 1,1%, para 637,4 bilhões de reais, segundo estimativa do banco de investimentos Itaú BBA.

As receitas com serviços devem ter subido 3,1%, para 6,9 bilhões de reais. “A qualidade dos ativos deve ser um destaque positivo do balanço”, Thiago Bovolenta Batista, Tiago Binsfeld e Alexandre Spada, analistas do Itaú BBA, escreveram em relatório a clientes. Com uma redução da inadimplência, as provisões para calotes devem ter sido reduzidas em 14%, para 3,4 bilhões de reais. Assim, o Banco do Brasil deve ter registrado um lucro 16,3% maior no quarto trimestre do ano passado ante o mesmo período de 2017, de 3,7 bilhões de reais, nas contas do Itaú BBA. Essa é a segunda maior elevação de lucros entre as instituições financeiras brasileiras no período. A maior foi do Santander, de 20,9%, para 3,2 bilhões de reais.

O banco público também deve ter visto a sua rentabilidade (retorno sobre patrimônio, ou ROE, da sigla em inglês) crescer de 13,6% entre julho e setembro para 14,6% nos três meses terminados em dezembro. Apesar de ter o crédito rural como carro-chefe, nos próximos meses o Banco do Brasil pretende focar nos financiamentos para pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas, que oferecem maiores lucros.

Ganhos adicionais para a instituição, neste ano, devem vir da venda de partes de algumas das suas unidades para investidores privados, conforme mencionado pela equipe econômica da administração Jair Bolsonaro – embora o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, esteja sendo mais cauteloso em considerar potenciais transações do que o seu colega Pedro Duarte Guimarães, da Caixa Econômica Federal. “A nova gestão do Banco do Brasil estará voltada para a criação de valor para os acionistas, investimentos tecnológicos e desinvestimentos nas áreas que não sejam o core business, cogitando-se a alienação da participação no Banco Votorantim”, João Augusto Frota Salles, analista da consultoria de investimentos Lopes Filho, escrever em relatório a clientes.

Todas as esperadas melhoras nos resultados do Banco do Brasil ao final do ano passado repetem os pontos altos dos balanços das instituições privadas anunciados nos últimos dias. Com caixa disponível e vontade de emprestar mais, os grandes bancos do país estão se alinhando no grid de largada da corrida pelos clientes em 2019.

A ampliação das captações por canais digitais é uma novidade saudável para os bancos, que assim conseguem diversificar mais a sua base de correntistas. “Podemos admitir que o gradual crescimento do crédito, bem como a manutenção da inflação e juros em baixo patamar contribuem para os bancos melhorarem a qualidade de seus resultados, reduzir a inadimplência e continuar saneando os ativos de risco, agora de forma menos intensa”, escreveu o analista da Lopes Filho.

Esse cenário tão róseo tem riscos, entretanto. Depende, essencialmente, de que o crescimento econômico aconteça. Os altos custos fixos das grandes instituições pesam mais em situações de adversidade. Na hipótese de um revés no cenário macro, os bancos teriam que correr para aumentar as suas provisões para calotes, o que resultaria em rápida deterioração dos ROEs. Uma demora na implantação das reformas liberais prometidas pelo governo também seria mal sinal para os bancões.

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