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Bahia tem greve mais longa da história da indústria

Funcionários da fabricante de pneus Bridgestone, em Camaçari, estão sem trabalhar desde 1º de julho

Pneu da Bridgestone: greve em unidade da Bahia já dura 44 dias (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2012 às 12h09.

São Paulo - A mais longa greve do setor industrial completa 44 dias nesta segunda-feira. Funcionários da fabricante de pneus Bridgestone, em Camaçari (BA), estão sem trabalhar desde 1º de julho. A maior paralisação anterior, de 41 dias, havia sido registrada entre os metalúrgicos do ABC paulista, em 1979, também por reajuste salarial, liderada pelo então líder metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. A paralisação dos borracheiros da Bahia começou por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, mas o impasse atual se estende para o desconto dos dias parados. A empresa suspendeu o pagamento dos salários e quer descontar o período não trabalhado.

A diretora de Recursos Humanos da Bridgestone, Simone Hosaka, diz que aguarda proposta do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Borracha de Camaçari (Sindborracha) para o parcelamento do desconto ou formas de compensação dos dias parados. O presidente da entidade, Clodoaldo Gomes, alega que a fabricante não está disposta a negociar. "A empresa fala que somos intransigentes, mas foi ela quem criou uma estrutura de guerra, colocando contingente de policiais na fábrica e seguranças a paisana", afirma.

O grupo americano está há mais de sete décadas no Brasil, onde inaugurou sua primeira fábrica em Santo André (SP) nos anos 40. A filial baiana, aberta em 2007, emprega 600 trabalhadores. Nas unidades de Santo André e de Campinas (SP), com 3,5 mil funcionários, a empresa fechou acordo de reajuste de 5% (sendo apenas 0,14% de aumento real) e participação nos resultados (PPR) de R$ 8 mil. Os trabalhadores baianos pedem 2% de aumento real e PPR de R$ 9,2 mil, acerto feito com outras empresas pneumáticas da região.

Segundo Gomes, as empresas antes concentradas em São Paulo abriram filiais na Bahia com oferta de salários mais baixos e regras diferenciadas, como período de apenas meia hora para o almoço. O trabalhador local da Bridgestone, diz ele, recebe R$ 8,56 por hora, enquanto o de Santo André ganha R$ 17,23. Ele afirma que apenas 10% dos funcionários estão entrando para trabalhar. Simone informa que 50% do contingente já voltou ao trabalho. De acordo com o sindicalista, a unidade tem prejuízo diário de R$ 500 mil com a queda da produção.

Para não prejudicar o fornecimento de pneus aos clientes, a empresa realocou parte da produção da unidade baiana para a de Santo André. "Estamos operando com metade da nossa capacidade, que é de 8 mil pneus por dia", informa ela. Segundo a diretora de RH, como metade do pessoal está trabalhando, a empresa não pode aceitar que a outra metade que não trabalhou receba os salários integrais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A mais longa greve do setor industrial completa 44 dias nesta segunda-feira. Funcionários da fabricante de pneus Bridgestone, em Camaçari (BA), estão sem trabalhar desde 1º de julho. A maior paralisação anterior, de 41 dias, havia sido registrada entre os metalúrgicos do ABC paulista, em 1979, também por reajuste salarial, liderada pelo então líder metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. A paralisação dos borracheiros da Bahia começou por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, mas o impasse atual se estende para o desconto dos dias parados. A empresa suspendeu o pagamento dos salários e quer descontar o período não trabalhado.

A diretora de Recursos Humanos da Bridgestone, Simone Hosaka, diz que aguarda proposta do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Borracha de Camaçari (Sindborracha) para o parcelamento do desconto ou formas de compensação dos dias parados. O presidente da entidade, Clodoaldo Gomes, alega que a fabricante não está disposta a negociar. "A empresa fala que somos intransigentes, mas foi ela quem criou uma estrutura de guerra, colocando contingente de policiais na fábrica e seguranças a paisana", afirma.

O grupo americano está há mais de sete décadas no Brasil, onde inaugurou sua primeira fábrica em Santo André (SP) nos anos 40. A filial baiana, aberta em 2007, emprega 600 trabalhadores. Nas unidades de Santo André e de Campinas (SP), com 3,5 mil funcionários, a empresa fechou acordo de reajuste de 5% (sendo apenas 0,14% de aumento real) e participação nos resultados (PPR) de R$ 8 mil. Os trabalhadores baianos pedem 2% de aumento real e PPR de R$ 9,2 mil, acerto feito com outras empresas pneumáticas da região.

Segundo Gomes, as empresas antes concentradas em São Paulo abriram filiais na Bahia com oferta de salários mais baixos e regras diferenciadas, como período de apenas meia hora para o almoço. O trabalhador local da Bridgestone, diz ele, recebe R$ 8,56 por hora, enquanto o de Santo André ganha R$ 17,23. Ele afirma que apenas 10% dos funcionários estão entrando para trabalhar. Simone informa que 50% do contingente já voltou ao trabalho. De acordo com o sindicalista, a unidade tem prejuízo diário de R$ 500 mil com a queda da produção.

Para não prejudicar o fornecimento de pneus aos clientes, a empresa realocou parte da produção da unidade baiana para a de Santo André. "Estamos operando com metade da nossa capacidade, que é de 8 mil pneus por dia", informa ela. Segundo a diretora de RH, como metade do pessoal está trabalhando, a empresa não pode aceitar que a outra metade que não trabalhou receba os salários integrais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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