Avianca (a colombiana) e Azul fazem acordo para transportar passageiros
Acordo de "codeshare" permite que uma empresa transporte passageiros da companhia parceira. Ação vai aumentar opções de destinos aos usuários
Reuters
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 18h37.
Última atualização em 25 de setembro de 2019 às 19h33.
São Paulo - O grupo colombiano Avianca Holdings anunciou nesta quarta-feira, 25, um acordo de codeshare com a companhia aérea brasileira Azul . Como um acordo de codeshare, uma empresa concorda em transportar passageiros com bilhetes emitidos pela companhia aérea parceira.
A Avianca Holdings, colombiana, tem operações separadas da Avianca Brasil, embora as duas empresas sejam controladas pelos irmãos Efromovich, José e Germán.
Com a parceria, clientes da Avianca Holdings poderão acessar 27 destinos no Brasil (incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília). Já os clientes da Azul poderão comprar passagens aéreas para 76 destinos em 27 países da rede de rotas da Avianca Holdings nas Américas do Norte, Central, do Sul e Europa.
Apesar do anúncio do acordo com a Azul, a Avianca informou que a venda de passagens e início de operações estão sujeitas à aprovação dos governos da Colômbia e do Peru.
"A empresa finalizou este contrato com o objetivo de oferecer maiores opções de conectividade aos passageiros e, assim, expandir sua oferta de viagens no maior mercado aéreo da América do Sul", afirmou a Avianca Holdings.
A Avianca Brasil parou de operar voos em maio deste ano em meio a sua recuperação judicial, mas sua irmã colombiana encontra-se em situação melhor, embora suas dívidas também superem 5 bilhões de dólares. A Avianca foi comprada à beira da falência em 2004, por Germán Efromovich, que conseguiu reerguer a companhia. Já a Avianca Brasil foi resultado da mudança de nome da Ocean Air, em 2010 (o nome anterior continua sendo usado para fins jurídicos).
A Avianca Holdings havia anunciado que estava em busca de parcerias para expandir seu mercado no Brasil. Para a Azul, o interesse no compartilhamento é de um movimento contrário, buscando uma maior expansão para outros países.
“Com o início dessa operação, os clientes da Azul de todo o país terão mais opções de destinos internacionais”, disse em nota à imprensa Marcelo Bento Ribeiro, diretor de alianças da Azul.
A Azul tem atualmente opções de voos para Estados Unidos, Portugal, França, Argentina e Uruguai, mas está mais focada no mercado doméstico. A empresa tem 15% do mercado internacional no Brasil, ante 69,5% da Latam, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)no acumulado entre janeiro e junho de 2019.
Enquanto tenta expandir suas operações internacionais, a Azul vive um bom momento no mercado interno, parte graças também à Avianca, mas, neste caso, à Avianca Brasil. Com o fim da operação da companhia, a Azul herdou 15 horários de pouso e decolagem (slots) da Avianca Brasil no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Com os novos slots, a Azul iniciou em 1º de setembro sua operação na ponte Rio-São Paulo, rota mais cobiçada do país.